Fora do Carreiro
Já seria tempo!
5 de novembro de 2023
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Há poucos dias atingiu-se metade do mandato autárquico em decurso.
Não seria de esperar que nesta altura a coligação PS-PSD no Município de Loures já tivesse concretizado o vasto leque de promessas com que se comprometeu, em todas as direcções, para obter os dividendos eleitorais que a levou ao poder.
Acontece, porém, que não apenas está a ser feita exclusivamente as obras que o anterior executivo municipal concebeu, preparou e lançou, como o que se conhece dos actuais projectos municipais é, pode dizer-se, coisa nenhuma. Ou seja, parece estar definitivamente confirmado que não há qualquer projecto de desenvolvimento para o Concelho.
A única realização de vulto da actual governação municipal foi o aumento despropositado da estrutura municipal, que pode ter servido para dar cargos e, se calhar, até empregos a amigos e correligionários sem competência específica, mas que leva à fundada desconfiança de que para pouco mais serve do que ser um sorvedouro dos recursos públicos, uma vez que não se vislumbra qualquer capacidade acrescida do Município no que quer que seja.
Na verdade, as canalizações da água potável rebentam por todo o lado, o lixo espalha-se diariamente pelo concelho, os ajardinamentos estão ao abandono, o Museu da Cerâmica mete água a rodos, crescem construções, sem reforço de infraestruturas, aparentemente para engrossar a especulação imobiliária que campeia, os transportes públicos não evoluem.
O Metropolitano não chega, nem a norte, nem a oriente. O Palácio de Valflores está a aboborar, as estradas a fissurar, o desporto a decaír, a actividade cultural a descaminhar. O ambiente não tem projecto, a habitação não tem tecto. A educação não tem calheiro e a Câmara – diz-se – já não tem dinheiro.
Há, pois, fortes razões de preocupação de que este mandato autárquico seja uma nova oportunidade perdida, quatro anos desperdiçados, quando o PS em Loures, tem o PS Nacional com uma maioria absoluta na Assembleia da Repúbica, tem o Governo que quer, tem o PRR e os demais fundos europeus que poderia usar para impulsionar um qualquer projecto que aqui valesse a pena.
Já seria tempo de se saber o que vão fazer com o poder que têm na mão e com o dinheiro, obras e projectos que lhes deixaram.