Opinião de João Pedro Domingues
SIM! Loures tinha mesmo de mudar!
3 de outubro de 2021
Partilhar
Terminada a campanha, passado o dia de reflexão bem como a longa noite eleitoral, aí temos o novo mapa autárquico já devidamente pintado a várias cores.
Foi uma noite de choros e/ou de muita alegria, de expetativas defraudadas e/ou de sucessos contagiantes, de surpresas e/ou desilusões. Houve de tudo, para todos os gostos e de um modo transversal, tocando em todas as forças políticas.
Uma primeira nota, para afirmar que me pareceu salutar para a democracia, que as forças mais populistas, apesar de terem ficado representadas nalguns concelhos, não passaram, assim espero, de um aviso à navegação para estarmos mais atentos a estes fenómenos.
Apesar da vitória do PS a nível nacional, que lhe termite manter a presidência da Associação Nacional de Municípios e da Associação Nacional de Freguesias, a perda de Lisboa é um desaire, que por inesperado, custa demasiado a aceitar.
Na área metropolitana, o Partido Socialista em dezoito Câmaras, ganhou dez. A CDU ainda mantém quatro, na margem sul, e o PSD ganhou três, onde se integra Lisboa. A outra Câmara é de Isaltino Morais, que arrasou novamente Oeiras.
Se Lisboa foi a surpresa pela negativa, Loures foi-o pela positiva.
Os sinais vindos da população deixavam antever que se queria uma mudança. Uma mudança que mudasse o paradigma da contínua desculpabilização, da inoperância, do marasmo. E essa mudança aconteceu. A população votou e decidiu.
Quero realçar o excelente trabalho que as Juntas de Freguesia do Concelho foram realizando em prol das comunidades.
Loures cansou-se da política do passar de culpas para tudo e para todos e da inércia que tinha sempre uma razão para acontecer.
Muitas obras foram adiadas e, só agora, nos últimos meses, se começaram a perspetivar. Mas a população já não se deixa enganar, com estes lançamentos tardios de obras em vésperas de eleições.
O candidato do PS, Ricardo Leão, fez, e bem, uma campanha de quatro anos, enquanto presidente da Assembleia Municipal. Fez uma campanha eficaz, pondo a nú os problemas estruturais do Concelho, bem como a forma de os resolver. A população ao dar um voto de confiança ao PS, deu-lhe também a responsabilidade de cumprir o que prometeu.
A Assembleia Municipal também foi ganha, e a Susana Amador garante qualidade e a certeza que teremos um Órgão competente, vigilante e que pugnará pelos interesses do Concelho.
Ricardo Leão e a sua equipa terão um trabalho intenso e exigente pela frente. A máquina comunista instalada na Câmara tudo fará para não lhe facilitar a vida. Mas estou convicto que, no final do dia, o resultado do trabalho desenvolvido irá ao encontro das expetativas dos munícipes, quer tenham votado ou não socialista.
Uma última palavra para a freguesia de Santo António dos Cavaleiros e Frielas, onde uma candidata independente, oriunda da família socialista, se opunha ao candidato indicado pelo seu anterior partido. A apetência pelo poder, quando desmedida, não é saudável.
A excelente campanha, bem como as qualidades humanas e políticas, do candidato Jorge Silva, não deixaram margens para dúvidas, permitindo-lhe uma folgada maioria e contribuindo par a vitória camarária.
Também aqui, nesta freguesia, há muito para fazer, pelo que esta nova equipa, renovada e bastante qualificada, terá, desde já, arregaçar as mangas e começar a trabalhar.
No final de toda esta campanha autárquica, apetece dizer:
SIM! Loures tinha mesmo de mudar!