Gastrono.minhas
Línguas de Bacalhau com arroz de Grelos
3 de março de 2024
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Como o próprio nome indica, o projeto gastrono.minhas tem existência não apenas na divulgação de estabelecimentos de restauração do concelho, - o seu principal objetivo e razão de ser aqui no Notícias de Loures -, mas também naquilo que se ajusta com a partilha das minhas experiências pessoais, onde se incluem as visitas a restaurantes e tascas por todo o País, e igualmente naquilo em que se vão traduzindo as minhas incursões pelas artes da culinária.
Hoje, resolvi pôr mãos à obra e partilhar convosco uma iguaria especial, que poucos conhecem e que talvez por isso, não seja um prato assim tão apreciado.
Refiro-me às línguas de Bacalhau. Sim… esse!
Esse Fiel Amigo, que não se reduz apenas àqueles lombos lustrosos que estamos habituados a comer pelo Natal, ou às tradicionais postas servidas com todos, mas com o grão a mandar.
E ainda que reinventado em mil e uma maneiras de o confecionar, entre à Braz ou com Natas, à Gomes de Sá ou à Minhota, partes tão importantes como as caras, os sames e as línguas normalmente ficam de fora para um reduzido leque de apreciadores.
É assim, uma destas especialidades, - as línguas – e que convosco quero partilhar hoje.
Para quem se atrever a preparar em casa, devo dizer que não é nada de extraordinário.
Ora, dependendo do número de convivas à mesa devemos adquirir a quantidade certa de línguas em salmoura. (são normalmente vendidas em caixas de 500gr ou 1Kg).
As mesmas deverão ser bem demolhadas de véspera em água fria, que deve ser mudada em função do ponto de sal.
Num tacho largo, coloca-se uma cebola grande e 3 dentes de alho bem picados, a refogar em azeite, com uma folha de louro e uma malagueta para quem apreciar.
Uma vez alourada a cebola, juntamos 3 a 4 tomates maduros e bem picados, sem pele e grainhas. (Para os mais preguiçosos há sempre a alternativa da polpa de tomate na quantidade certa).
Perfuma-se com pimenta a gosto e uma pitada de colorau e refoga-se um pouco o tomate antes de juntar uma chávena de arroz, que vai a “fritar” ligeiramente no refogado.
Juntamos de seguida os grelos - de preferência de nabo - e que devem ser envolvidos no preparado antes de juntar água a ferver. (nesta fase, e para dar gosto, recomendamos um caldo da cozedura de bacalhau obtido em refeição anterior).
A meio da cozedura do arroz, juntamos as línguas - cortadas em pedaços pequenos – e que irão ferver até ao ponto desejado do mesmo.
Recomendo vivamente que não se deixe cozer muito o arroz, apagando o lume ainda com o bago rijo.
Depois, é só servir com muito caldo e apreciar esta especialidade.