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Café Restaurante Maracujá

7 de outubro de 2024
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Outubro é mês de regressos, de regresso às aulas, de regresso ao trabalho, de regresso do outono e do regresso do cozido ao Zé do Barro.
Este é no nome pelo qual é por todos conhecido o café Restaurante Maracujá, em frente à Escola da Polícia Judiciária, na localidade do Barro, junto à Cidade de Loures.
Trata-se, para quem não conhece, de um pequeno café familiar que serve refeições de uma maravilhosa comida caseira preparada pela Dª Carminda.
É ela que com a ajuda da filha Elsa, preparam diariamente os pratos de tacho que servem à sua fiel clientela e que todos os dias ali se habituou a comer há muitos anos.
São vários grupos de várias gerações de “filhos de Loures” que ali se juntam desde há cerca de 50 anos, altura em que o Zé do Barro deixou o seu ofício de Serralheiro para abrir com a sua Carminda, o Maracujá, na altura também mercearia para além de café.
É aqui no Zé do Barro, que podemos comer umas das melhores sardinhas assadas de Loures, - e que acabaram de dar a despedia por estes dias – tal é a forma esmerada como o “Mestre da grelha” as prepara. Aliás, posso afirmar que tudo o que passa na grelha, seja peixe ou carne, sai das mãos do Zé com uma qualidade exemplar.
Falo do carapau ao bacalhau assado, ou da bela da costeleta de novilho a delicioso entrecosto.
Aqui, temos vários pratos de referência, que passam pelo pernil às sextas-feiras, o bacalhau ou polvo assado à lagareiro, as caras de bacalhau ou uma deliciosa Cabidela (apenas sob encomenda) e até mesmo as iscas com elas.
Também na sua temporada, e que se está a aproximar, serve à boa maneira saloia o tradicional atum de barrica, imperdível para quem seja apreciador, para degustar com uma água-pé seguido de uns figos e nozes.
Mas como referi no início hoje vim aqui comer o tradicional Cozido à Portuguesa da Carminda, e que apesar de a maioria achar que todos os cozidos são iguais este tem efetivamente uma marca especial que merece ser provado.
Claro que não podia deixar de comer o inigualável Charniqueiro, esta deliciosa queijada que apenas aqui se encontra.
Aqui tudo é típico e servido com uma simplicidade descomplicada que a todos cai bem e que liga na perfeição com uma “banda sonora” de alguns decibéis acima da média e tão característica, pela forma como comunicam entre si o Zé, a Elsa e a Carminda.
Quem já tem como referência esta casa e que se junta em qualquer uma das várias tertúlias que aqui se podem encontrar sente-se verdadeiramente em casa, onde já se habituou ao excelente sentido de humor do Zé.
Quem não conhece, depressa fica a gostar e volta, pois esta família sabe bem receber. A estes, que pretendam visitar, recomenda-se que marquem com antecedência pois o estabelecimento não é propriamente grande.

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