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Opinião
Filipe Esménio – Director
Filipe Esménio
Director

Mel de Cicuta

Vemos, ouvimos e lemos

6 de março de 2022
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Não vou falar da Ucrânia. Não porque não esteja preocupado, não porque não tenha amigos ucranianos, não porque não sofra com o que acontece, mas, simplesmente, porque as minhas palavras não servem para nada nesta matéria. Não tenho nada de novo para dizer e mesmo que tivesse, não mudava nada. Mas «não posso ignorar». E sei que a minha intenção pode ajudar a mudar muita coisa.

Acredito que quando muitos se unem para fazer a paz, e neste jornal entrevistámos quem a promove, na Jornada Mundial da Juventude, por vezes as correntes de energia e de amor têm um poder transformador, sobre os monstros da guerra, «da linguagem do terror».

Acredito na essência das novas gerações, que vêm com um modo de ser e de pensar distinto, menos bélico, e que contribuem para libertar da morte a «carne das crianças».

Acredito que em poucos anos, haverá pessoas hábeis a recuperar os «povos destroçados» e transformar um mundo beligerante e absurdo num espaço de convívio, partilha e interajuda.

Vivemos numa era em que, em quase todas as áreas da vida, temos numa estrutura de «pecado organizado» com teias de poder, em que o valor da vida ou da justiça surge sempre «reduzido a cinzas», subordinado ao interesse individual, ou parcial de alguns «illuminatti».

O meu sogro esteve com outros na vigília da Capela do Rato. Cantavam pela paz. Alguns foram espancados, outros foram presos. E parecia que nada tinha valido a pena… mas valeu. Pouco tempo depois passámos a viver em democracia, por estes, e por outros que não ficaram calados.

O mundo funciona a várias velocidades, com muitos tabuleiros paralelos, com muitas manhas, com muitos esquemas mentais que complicam as coisas simples, com o intuito de baralhar as cabeças das pessoas para que aqueles que dão as cartas, acabem sempre a ganhar o jogo.

Os que vão baralhando não perceberam, é que as regras do jogo vão mudar, os jogadores vão mudar e até os tabuleiros vão mudar… Pode não ser hoje, pode não ser agora… mas tudo vai mudar.

E eu quero fazer parte dessa mudança.

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