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Filipe Esménio – Director
Filipe Esménio
Director

Mel de Cicuta

Das presidenciais para a vida

5 de fevereiro de 2021
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Os apoiantes do CHEGA do concelho de Loures têm razões para estar contentes. André Ventura conseguiu nas presidenciais a segunda posição no nosso concelho, atrás de Marcelo, com 11.115 votos e com 13,29% dos votos (mais detalhes nas páginas centrais deste jornal). Pode-se também inferir, à parte do óbvio crescimento do CHEGA, a afirmação da Iniciativa Liberal, com 2,687% dos votos. Pouco mais há a dizer. Autárquicas são totalmente diferentes de presidenciais; legislativas são totalmente diferentes de autárquicas, pelo que, este ano promete, caso as eleições não sejam adiadas como tem sido alvitrado.

Hoje, as minhas palavras não são para os profissionais de saúde, vão para os outros, todos os outros que não estão na linha da frente.

Os pais e profissionais de educação que tiveram de se adaptar, os restaurantes que procuram sobreviver como todos sabemos, todos os profissionais de hotelaria e de eventos, que se reinventam todos os dias para não passarem fome. A esmagadora parte das famílias e dos profissionais perderam muito, muito, muito, com esta pandemia. Uma palavra aos bombeiros, aos polícias, aos autarcas, a todos os que trabalham em IPSS, e voluntários… Tenho falado com muitos que se desdobram entre álcool-gel, máscaras, luvas, apoio alimentar (e até financeiro!) para não deixar que Portugal entre em colapso total. Já estivemos mais longe, mas acredito que juntos vamos conseguir. Mas não, não vai ficar tudo bem. Pelo menos para já. Morreram muitos e mais vão morrer mas, além disso, o rasto do medo espalhado pelo COVID, a destruição mais elementar das liberdades, da economia, da vida das pessoas vai perdurar como uma tatuagem para todos nós. Mas, tudo passa. Tudo passa. E temos de nos reagrupar, reinventar e resistir.

Acima de tudo resistir.

Um abraço sentido a todos quantos vejo no dia a não baixar os braços, a trazer cartas e encomendas, a entregar comida e medicamentos. Às múltiplas iniciativas de vizinhos solidários que têm feito o que podem para ajudar. A todos os que demonstram sentido crítico nesta fase da pandemia, estejam certos ou errados, porque há coisas que mesmo na maior crise não podemos perder. O sentido de responsabilidade, de respeito, a liberdade e o sentido crítico… e mesmo que muitos o percam, sei que a maioria se mantém de pé, solidária. Um bem-hajam!

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