Das Notícias e do Direito
como a realidade supera a imaginação
3 de fevereiro de 2025
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Assistir a um filme, seguir uma série vorazmente, ler um livro sofregamente, constituem evidências de especial criatividade e imaginação.
Assim era regra.
Chegados a Janeiro de 2025, fica difícil ser criativo e imaginativo, porque a realidade brinda-nos com absurdos tamanhos.
Vejamos:
Trump é novamente Presidente dos Estados Unidos.
Os crimes do Capitólio, falsidades, corrupção, assédio, tudo varrido para debaixo do tapete. Tudo perdoado, indultado e devolvido à liberdade.
O Musk, cada dia mais alucinado, é consultor da Presidência, brinda-nos com a saudação nazi e tudo é normalizado.
Invadem-se lugares, procuram-se hispânicos, como em tempos judeus, separam-se famílias e deportam-se pessoas, como quem sacode tapetes.
Pretende-se mudar o nome dos mares, dos golfos e canais. Comprar países, borrifar-se para o planeta.
Por cá, o CEO da saúde fazia acumulações proibidas de trabalho, para, assim, facturar à bruta. Passa para um cargo público, de especial exposição e não lhe ocorreu que tudo viria a lume.
Um deputado faz vida de bagagem roubada nos tapetes do aeroporto. À cara podre, à frente de toda a gente e, certamente, achou que ninguém repararia.
As arvoradas feministas do Bloco despediram trabalhadoras puérperas e em período de amamentação, quando o despedimento é proibido. O mea culpa tardou e muito!
Portanto, não há nada para escrever ou criar, visto que a vida real consegue conter maior incredulidade que qualquer Twin Peaks deste século.
Por vezes interrogo-me se não será a água ou o ar que contem qualquer substância que produz estas tiradas e obriga a estes comportamentos.
Pois, nada disto é normal.
Mas prossegue.
Pessoas com profissões ou cargos sérios remetem-se ao silêncio. Não respondem a emails, telefonemas ou mensagens. Não dão seguimento a assuntos sérios. Quando chamados à pedra, lamentam-se porque são perseguidos ou vilipendiados!
A falta de vergonha, pudor e responsabilidade, vulgarizou-se.
O novo normal não seria aceitável ou sequer ponderável noutros tempos
Faz-se de conta, de sonso, mente-se. Depois uns benzem-se e outros clamam por incompreensão.
Arranjam-se soldadinhos para fazer o papel de lombrigas nas redes sociais.
Não concebo um Mundo cheio de trastes, em que se glorifica a ignominia e a ignorância, se elevam vulgaridades e permitem alarvidades.
Deve ser do frio e do mau tempo que hoje vejo tudo lúgubre, sombrio.
Definitivamente, ver noticias, em Janeiro de 2025, deixa-me abesbílica.
Aguardemos por Fevereiro.