Das Notícias e do Direito
Assédio e pessoas tóxicas
8 de julho de 2024
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Tornou-se comum a expressão e a menção a pessoas tóxicas.
São aquelas que trazem peso, sombra e frio onde se encontram. Podem ser pessoas sérias, profundamente pessimistas que irradiam negrume e más energias.
Também podem aparentar ser umas santarronas, absolutamente sonsas, porventura beatas até, mas impregnadas de malicia, que a tudo e a todos apontam o dedo, conjecturando factos e maquinando estórias.
Também temos os coitados, aqueles que carregam o mundo às costas, sofrem todos os ataques, só querem fazer o bem e ainda assim querem destrui-los. Quando, na verdade, são altamente manipuladores, egocêntricos e falsos.
Estas pessoas, que andam por aí, e com quem temos o azar de nos cruzar de quando em vez, são, não raras vezes, responsáveis por situações de assédio laboral ou institucional. Pois, temos de conviver e trabalhar com estas pessoas cujos comportamentos e personalidade são patologicamente desviantes, mas que logram a credulidade e credibilidade de alguns.
Como lidar com esta toxicidade humana? Como evitar ser atingido ou perturbado, ou mesmo prejudicado? Como resistir às estórias falsas, às imputações levianas e à difamação insidiosa e silenciosa que se vai instalando?
Os comportamentos de terceiros alteram-se, intoxicados que foram pelas ditas narrativas.
O mais curioso e inesperado é que tais narradores e descobridores de apontados podres alheios são, geralmente, pessoas fracas, de baixo recurso intelectual, que não brilham, nem se fazem notar por si próprios. Não tem aura, mística ou carisma e sobrevivem à superfície da água e da sociedade com estes esquemas mentais de manipulação da forma torpe e soez que os identifica.
Enfim. Que conselhos dar ou seguir?
O instantâneo é fugir ou seguir exemplos supersticiosos, banho de sal e ervas para espantar tais energias!
Em contexto laboral, é muito importante detectar e resolver o impacto destas pessoas, destes comportamentos e suas consequências. Pois, este é frequentemente o início do assédio a um ou mais trabalhadores. A construção do ambiente hostil faz-se de insinuações e imputações, visando o descrédito da vítima, ou do alvo a abater.
Comummente é outrem o instrumento, ficando o manipulador a gerir os fios das marionetas que utiliza.
Soluções? Estar atento e alerta. Perceber mudanças e alterações de comportamento. Ler nas entrelinhas, perceber os silêncios, as mudanças de opinião, o travesti de personalidade, pensava uma coisa e agora defende o oposto. Os fenómenos de grupo, as alianças inesperadas que se formam.
Depois de constatar o não tão óbvio: resista se tiver de ser, fuja se puder, ignore se souber, treine a hipocrisia, faça de conta, vista a armadura e proteja o seu bom trabalho, para que, também esse, não seja inquinado.
Se tiver responsabilidades na gestão das pessoas, assuma tais responsabilidades, não se amedronte ou perca o seu lugar para evitar comentários, afrontas e aparentes perdas de apoio.
A responsabilidade persiste, existe e tem de ser assumida e exercitada.
Nem sempre se conseguem extirpar estes tumores das organizações, mas se os reduzir à sua insignificância, só incomodam de vez em quando e por pouco tempo.
Relevante é estar atento, treinar equipas e pessoas no exercício diário da transparência e da frontalidade.
Evitar o comezinho e elevar o carácter.
Olho vivo e pé ligeiro, como diz o povo!