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Entrevistas

Entrevista a Nelson Batista e Vasco Touguinha

Loures está na moda

8 de julho de 2024
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Entrevista a Nelson Batista e Vasco Touguinha, os vereadores do PSD do concelho de Loures. Mais uma vez, no centro Comercial do Continente de Loures, realizámos uma Entre Vistas.

Que análise faz aos resultados eleitorais, quer das legislativas, quer das europeias?

Nelson Batista (NB) Obrigado pelo convite, é com enorme honra que estamos aqui presentes, com uma palavra de apreço e de mérito pelo trabalho que o Notícias de Loures tem feito pelo nosso território, pelo nosso Concelho.
Em relação às eleições, primeiro ganhámos as legislativas. Há quem diga que se pode ganhar com uma maior expressão, ou com uma menor expressão, mas, para mim, ganhar é ganhar.
Estamos a crescer e as pessoas vão percebendo o trabalho feito pelo governo e pelos vereadores no Concelho de Loures. Acredito muito que vamos ter o reflexo desse trabalho nas autárquicas. Ou seja, vamos crescer significativamente e acredito muito que possamos ganhar as próximas eleições autárquicas.
As europeias não ganhámos, é verdade. Foi uma derrota que foi tangencial. Há uma flutuação de eleitorado entre o centro direita e o centro esquerda. O Chega cresceu significativamente e teve forte crescimento nas legislativas, já nas Europeias isso não aconteceu. A AD manteve praticamente a mesma percentagem e o mesmo eleitorado. Nas europeias consolidamos aqui o segundo lugar no Concelho de Loures e acho que estamos de parabéns, mas é insuficiente e queremos mais. Queremos ser primeiros.

Vasco Touguinha (VT) Saudar o bom trabalho que têm desenvolvido e que espero que o continue.
O que eu posso acrescentar àquilo que foi dito pelo vereador Nelson Batista é que nestas legislativas e nas europeias há algo comum, que é o espaço não socialista ter crescido em Portugal. Ou seja, Portugal nas legislativas e nas europeias é, claramente, não socialista. Este espaço não socialista nas legislativas cresceu exponencialmente e nas Europeias também.
Tirou um eurodeputado ao Partido Socialista, tirou os eurodeputados ao Bloco de Esquerda e ao PAN e à CDU. Foram para a Iniciativa Liberal e para o CHEGA.
Portugal virou à direita, ou virou ao centro-direita, deixou de ser Portugal socialista. Saímos de uma maioria absoluta do Partido Socialista, e de António Costa, para o novo paradigma.
Em dois/três meses que estamos na governação, conseguimos já fazer mais do que em oito anos de PS.
O Partido Social Democrata no poder é partido reformista, é um partido que não se conforma com o status.

O que o leva a afirmar isso?

(VT) Exemplo disso é que conseguimos o acordo histórico com os professores, com a reposição dos sistemas de serviço.
Em 60 dias, apresentámos plano para a saúde, uma área muito difícil e com graves problemas intrínsecos à própria governação, mas que tentaremos, certamente, mitigá-los. Andámos anos a falar da habitação, mas para além de retirar os Vistos Gold, pouco mais foi feito, incluindo o ataque que o Partido Socialista fez ao alojamento local e às entidades de turismo.
Já criámos aqui incentivo para os jovens poderem comprar a sua primeira habitação.

Na área da economia em Loures, o que foi feito para apoiar as empresas?
(NB) Como disse o vereador Vasco Touguinha, o que nós fizemos em dois anos e meio de governação local, foi mais do que fez o Partido Comunista em oito anos.
Nós conseguimos abrir a porta aos privados e não temos qualquer tipo de problema com os privados, pelo contrário. Queremos que cada vez mais os privados possam investir no nosso concelho e possam trazer para aqui riqueza. Em dois anos e meio, já conseguimos captar mais de 2.500 postos de trabalho, cerca de 400 milhões de euros em termos de investimento. Queremos chegar aos 800 milhões de euros até final do mandado.
Exemplo disso é a DPD, a ampliação do IKEA, a atração de alguns hospitais privados aqui no nosso concelho, assim como a aposta na tecnologia e na ciência, e ainda alguma indústria.
O nosso concelho está na moda, estamos a atravessar uma boa fase, estamos estrategicamente bem posicionados.
Temos promovido e vamos continuar a promover pequenos almoços empresariais.
Isso para dizer o quê? Que não estamos, de forma alguma, a descurar as empresas que já cá estão. Queremos continuar a apoiar as empresas, sentir as necessidades e as dificuldades que elas têm em termos de licenciamentos e em termos de apoios, nomeadamente com o PRR, o PT 2030 e com outros apoios comunitários. Sou responsável pela A2S - Associação para o Desenvolvimento Sustentável da Região Saloia. Posso dizer que estamos muito próximos das empresas e dos empresários e que procuramos o desenvolvimento do nosso território.
Para culminar, já fizemos a segunda iniciativa do Loures Investe em Si, que foi trazida também por mim aqui para Loures, feita no Pavilhão Paz e Amizade, onde estamos a trazer as empresas de referência.
Em resumo, acho que estamos a fazer trabalho bastante significativo, com a ajuda de todos. Nós, neste momento, estamos na moda, estamos a crescer, estamos no centro.

O que é que espera de novidades este ano no Festival do Caracol?

(VT) O Festival do Caracol já vai para a 23ª edição. Irá manter-se no mesmo espaço, o Parque Verde, no Infantado.
Este ano vamos contar com dez tasquinhas, ou seja, podemos experimentar caracol cozido, mas também todo o tipo de especialidades que os nossos restaurantes vão imaginando, certamente, ao longo do ano, à espera de concretizar neste evento, que começou dia 27 de junho e prolonga-se até dia 14 de julho.
Não há desculpas para não o visitar. Contaremos com o artesanato, também a abrilhantar a edição. Teremos street food para quem não gosta de caracóis, há sempre isso, há espaço infantil. É um evento familiar.

O concelho é visto como uma plataforma logística. Qual a estratégia para que possa ser mais do que isso?

(NB) O que está para trás é difícil de corrigir. Se fosse Presidente de Câmara, e é uma ambição muito grande que tenho, diria que teria que corrigir aqui determinadas situações, passíveis e possíveis de serem corrigidas. A ideia é não cometer os erros que foram cometidos no passado. O concelho está dividido em zonas para que se possam classificar as áreas económicas das empresas que vêm para o território. Mas nós temos a área da logística, que na minha opinião está muito bem definida, que é aquele eixo do MARL, e é ali que deve ser canalizada. Não estamos aqui recetivos a atrair muito mais logística, nós não a procuramos efetivamente, mas também não rejeitamos quando aparece.
Temos a área da Saúde, que é a área do Planalto da Caldeira. Temos a área da Ciência, que é o eixo do Monte Mor. Temos as zonas industriais, algumas novas têm aparecido.
E estas zonas temos estado a classificá-las.
À medida que as empresas vão aparecendo, nós temos que as colocar nas respetivas áreas.
E é assim que eu penso o concelho.
Também os eventos como o Festival do Caracol, e outros, são fundamentais para a dinâmica do nosso concelho.

Que ideia estratégica para o Turismo?

(VT) A ideia estratégica para o nosso município já foi defendida no mandado passado onde estive como vereador em substituição.
Loures deve deixar de aparecer nas notícias por maus motivos, seja urgências fechadas, seja tiroteios, e deve passar a aparecer como uma referência de uma zona de bem-estar. E, efetivamente, o turismo e o património cultural podem contribuir para isso. Nós temos que valorizar, obviamente, e melhorar as condições de quem aqui vive, mas temos que nos tornar um concelho atrativo para ser visitado. Nós não temos a praia, mas temos parte do campo. Valorizar o território, torná-lo atrativo para ser visitado. Não seremos, certamente, Barcelona nem Lisboa, não queremos também descaracterizar o nosso território, mas queremos que ele esteja apto.
Temos 1% daquilo que representam as camas na área metropolitana de Lisboa, que é muito pouco para poder ser visitado. Temos de incrementar dormidas.

O Metro vem a caminho. Como e quando? Haverá mudanças pelo facto de o governo ter mudado?

(NB) O Metro vai chegar. Como presidente de junta durante 12 anos defendi-o, não vale a pena estar aqui a puxar de galões que o Metro é uma conquista de A, B ou C, é transversal a todas as forças políticas.
Irá ser uma realidade em 2026, vai chegar. Também conseguimos aqui uma grande conquista: as despesas serão todas feitas pelo Estado, pelo governo, pelo governo central, e o município aqui não terá qualquer tipo de investimento nessa matéria.
O compromisso que estava assinado anteriormente será cumprido na íntegra, não tenho dúvida absolutamente nenhuma. Estamos todos cá para assegurar isso.
Nós vamos criar - e vamos construir agora - uma bacia de retenção na zona de Frielas, que vai também dar essa potencialidade, quer para a linha do metro ter uma maior fluidez e ter menos problemas, quer para a implementação de algum tecido empresarial que se possa também implementar junto ao IKEA e junto àquela zona que vai crescer.
Inclusive vamos ter também, posso anunciar já, a questão do Mercadona que vai crescer naquela zona. Já está fechado para o nosso território. Vai dar uma grande expansão em termos económicos e mais postos de trabalho.

(VT) O governo da AD, o PSD e o CDS, o PPM, não privilegiam governos locais, por serem do mesmo partido. Se o projeto faz sentido, é em prol da população, temos que o fazer. E a título de exemplo, nós estamos aqui no Centro Comercial do Continente de Loures, junto ao Hospital Beatriz Ângelo, projeto que foi, na altura, inaugurado por governos do PSD, em 2012. Portanto, acho que a questão de se o governo é do PSD, se a Câmara é do PS ou da CDU ou também do PSD, pouco se coloca. O que interessa é se o projeto em si é em prol da população. A AD está empenhada em governar para as pessoas e não se perde nas tricas partidárias.
O concelho esteve estagnado muito tempo, por isso, fizemos um acordo de governação com o PS, em prol de Loures, em prol das pessoas.

Quais são as expectativas para as autárquicas de 2025?

(NB) Podem estar tranquilos e otimistas. E o que eu diria aqui em nota de rodapé é muito simples, é dizer que enquanto o vereador, o trabalho que foi feito ao longo deste mandato, se fosse presidente, então como é que seria?
A questão que eu deixo é que se o trabalho que está a ser feito nas minhas áreas enquanto vereador, se eu pudesse ter mais áreas com responsabilidade, então como é que seria o nosso Concelho no final do mandato agora em 2025? Considero que estou completamente à vontade, capacitado e em condições de poder estar na condição de presidente. E acredito muito que as empresas, os empresários e as pessoas em geral estão a validar e a avaliar esta situação. Eu estarei cá sempre até que as pessoas entendam que eu devo estar, porque só assim faz sentido.
Entendo que estamos numa missão, e quando digo que estamos numa missão, estou eu e o vereador Vasco Touguinha. Ambos temos profissão. Eu enquanto contabilista e o vereador Vasco Touguinha como advogado. Estamos nesta missão, de peito aberto, a trabalhar em prol dos Loures.

Quias as expetativas para as autárquicas e que comentário lhe merece a declaração de Ricardo Leão ao NL, onde afirmou que mesmo que ganhe com maioria absoluta vos convidaria para o executivo?

(VT) As afirmações responsabilizam quem as faz. Nós, no PSD, estamos a criar uma candidatura para vencer. Como o trabalho tem fluído, provavelmente seremos nós a convidar o Partido Socialista a juntar-se à nossa vitória. Contudo, o que podemos garantir é que nós, aqui em Loures, estamos a procurar realizar uma candidatura que seja do espaço não socialista, para que também vençamos as próximas autárquicas. Procuraremos não ir apenas enquanto PSD, mas sim como uma força não socialista a candidatar-se ao governo local de Loures.
Vamos incluir certamente outros partidos. Da Aliança Democrática, que é o que faz sentido, mas, não fecharemos aí a porta. Procuraremos, como disse, espaço não socialista que seja independente, que também queiram participar, sociedade civil que queira fazer parte desta candidatura, porque ela existe. Loures melhorou, mas, nós temos a plena consciência, que podemos fazer mais pelo concelho.

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