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Ricardo Andrade – Comissário de Bordo
Ricardo Andrade
Comissário de Bordo

Opinião de Ricardo Andrade

O nosso caminho!

2 de maio de 2021
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Muitas são as voltas que a vida dá. Muitos são os percursos que parecem uma coisa e acabam por ser outra. Muitas são as nuvens que escondem céus azuis.

Esta dinâmica de certezas e incertezas, de eventos esperados e inesperados, de realismo e de ilusões, sim... esta montanha russa de subidas e descidas com loopings pelo meio... sim... tudo isto se passa nas vidas de todos e cada um de nós.

Estas últimas linhas não são uma surpresa nem tão pouco uma enorme descoberta ou uma qualquer tese filosófica. São sim uma constatação de facto a que qualquer um dos leitores já chegou sem precisar de ler estas linhas ou de me ouvir dizê-lo.

Mas se tudo o que escrevi são factos, também o é de que os últimos meses foram um sobe e desce permanente e que também os próximos tempos serão plenos de avanços e recuos nas vidas de muitos de nós e na evolução do mundo como o conhecemos.

Várias (para não dizer todas) as áreas da sociedade mundial estarão em rápida mudança e como já referi, cabe-nos também a nós percebê-lo e decidir se queremos ou não fazer parte dessa mudança.

De olhos fechados? Apenas com crença? Sem fazer perguntas?

Creio que não. Penso que dificilmente dessas formas.

O ser humano é naturalmente curioso, intrinsecamente lutador, permanentemente adaptável e todas essas características batem de frente com uma mentalidade conformada e com um seguidismo continuado.

Talvez por tudo isso (e não apenas pelos recentes eventos pandémicos, como nos procuram fazer crer) estejamos a assistir a tantas mudanças e a tantas novidades (ou supostas novidades) em realidades que julgávamos cristalizadas como por exemplo a vida política no nosso país.

Habituámo-nos a ver fenómenos ou realidades políticas relativamente estáveis sejam elas ao nível nacional seja ao nível local. Acostumámo-nos a olhar para meras operações de cosmética como se fossem grandes mudanças pois isso alimenta a nossa vontade de emoção mas não implica com o nosso gosto por uma certa estabilidade.

Esses tempos mudaram? Fechou-se verdadeiramente um ciclo e iniciou-se outro? Estamos mesmo perante novas realidades? Será o que se avizinha uma nova revolução de mentalidades?

Sinceramente... não sei. Genuinamente... questiono. Francamente... analiso tranquilo.

O que sei é que o que vivemos se afigura pleno de curiosidade, transbordante de oportunidades de análises e extremamente interessante no plano empírico.

A expressão inglesa de “No stone shall be left unturned” é talvez a que melhor descreve muitos dos pensamentos que nos assolam quando olhamos para o panorama político nacional e local e vemos que as eleições autárquicas de 2021 se começam a desenhar como distintas do quadro que se havia pintado nas últimas décadas.

Uns dirão que são a diferença, outros que são a mudança, alguns que são a estabilidade, outros tantos o regresso ao passado e também os haverá que se intitularão dos únicos garantes do futuro. Seremos bombardeados com formas antigas de comunicar e inundados por supostos tsunamis de modernidade na interação entre candidatos e eleitores. Assistiremos a lutas tranquilas e a autênticas batalhas campais. Assustar-nos-emos com alguma agressividade na opinião pública e, provavelmente, rir-nos-emos com campanhas, cartazes ou slogans.

Tudo isso dificultará a nossa tarefa de escolher. Tudo isso tornará mais complexo o nosso processo interior de decisão.

Penso, no entanto, que é no meio da tempestade que surgem as grandes oportunidades mas apenas se existir a capacidade de separar o trigo do joio, de identificar o que é ouro e o que é mero pechisbeque, a verdade da mentira.

Esse é o grande desafio, esse é o enorme desígnio a que não podemos fugir... o de escolhermos os caminhos que pretendemos com todos os factos presentes nas nossas mentes e não apenas com uma visão enviesada da realidade... o de distinguirmos entre o essencial e o acessório... o de conseguirmos ver para além da mera linha do horizonte.

E seja qual for a decisão, seja qual for o rumo , o mais importante é que façamos com que seja verdadeiramente... o nosso caminho!

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