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João Pedro Domingues – Professor
João Pedro Domingues
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Opinião de João Pedro Domingues

Rodoviária de Lisboa em Loures até 2028

7 de novembro de 2020
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Em março passado, neste mesmo espaço de opinião, referi que a Área Metropolitana de Lisboa tinha iniciado uma verdadeira revolução no sistema da mobilidade, em especial no que diz respeito aos transportes públicos de passageiros.

A aplicação do Programa de Apoio à Redução Tarifária, em boa hora disponibilizada pelo Governo, e com o forte investimento financeiro por parte dos municípios, veio permitir que a implementação dos Passes Navegante (municipal, metropolitano e família) fossem um verdadeiro sucesso.

Como referi na altura, esta situação permitiu que mais de 900 mil pessoas fossem abrangidas e aproveitassem esta medida.

Mas esta medida teria de ser complementada por outras, igualmente de grande importância, nomeadamente o planeamento de uma nova rede de transportes e o lançamento de um Concurso Público internacional para a aquisição do serviço público de transportes a vigorar na AML.

Este processo concursal terminou no presente mês de outubro e foram escolhidos os operadores para cada um dos 4 lotes postos a concurso.

No lote 2, que diz respeito aos transportes em Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira, concorreu um único operador, a Rodoviária de Lisboa, que irá operar nesta área geográfica até 2028.

Em Loures, a rede passará a ter 11, 7 milhões de veículos/quilómetros de produção anual, que corresponde a mais de 31% de oferta, face à rede atual. Este aumento quilométrico refere-se a novos circuitos, reforço de horários nas horas de ponta e reforço de horário noturno e fins de semana, o material rolante afeto ao serviço terá uma idade média de 8 meses no primeiro ano da vigência do contrato.

Uma das grandes novidades, para além da idade da frota e da mesma operar sob a marca Carris Metropolitana, será que esta operação não é uma concessão, como atualmente acontece, mas um serviço pago por quilómetro produzido. Prevê-se que esta situação entre em funcionamento no segundo semestre de 2021.

A par desta enorme alteração no sistema de transportes, não pode ser esquecida, porque demasiado importante, a já anunciada implementação do sistema LIOS – Linha Intermodal Sustentável.

Loures continua a ser o único eixo da AML que não dispõe de um meio de transporte pesado. A anunciada ligação futura entre a Cruz Quebrada, Santa Apolónia, a Expo, Portela e Sacavém, através de metro ligeiro de superfície, será um sinal muito importante para esta área do concelho.

No entanto, terão de ser efetuados, em paralelo, os estudos necessários à ligação do Metro entre Odivelas, o Hospital Beatriz ngelo, Santo António dos Cavaleiros e o Infantado, onde reside uma parte muito significativa da população de Loures.

Como referi na altura, com os fundos previstos para a mobilidade na Região de Lisboa, de mais de 2 mil milhões de euros, não podemos desperdiçar esta oportunidade, que pode ser única.

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