Das Notícias e do Direito
Natal at last
3 de dezembro de 2021
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Chegados a Dezembro depara-mo-nos com os calendários do advento, a sofreguidão natalícia e o balanço de fim de ano.
Volvidos 2 anos de Sarscov19, com novas variantes cavalgando as estatísticas, e estado de calamidade declarado, muitas são as interrogações. A par das questões sem resposta evidente, pois que ninguém está aqui habilitado a ler nas estrelas (muitos nem nas entrelinhas!), impõe-se, a meu ver, uma reponderação individual e colectiva do que se quer e o que fazer. Muitos são os que estão de luto, outros doentes, outros ainda com problemas causados pelo tumulto da pandemia, seja pelos adiamentos de consultas e exames, seja pela dificuldade de agendamento. Outros, porém, deparam-se com dificuldades causadas pela perda de emprego, a amargura da decisão de fechar uma sociedade, encerrar definitivamente um estabelecimento.
O pragmatismo não é qualidade de todos da mesma forma. Enquanto uns ficam perdidos e desolados, outros prosseguem num afã energético e a todo o gás. Porventura devido à idade, diz que se chama maturidade (!), vamos alterando as nossas prioridades. Deixamos cair o consumo, ou o consumismo fácil como insistia o meu Pai, priorizamos pessoas e sentimentos, boas acções em vez de bons presentes e assim vamos prosseguindo. Pergunto-me, todavia, o que levamos destes dois anos (espero que esteja para breve o seu termo), o que aprendemos, que ensinamentos colhemos?
Gosto de pensar que a todos terá servido para ponderação de prioridades e princípios.
Eu vou fazer igual a árvore, os presépios, a ementa (polvo, bacalhau e cabrito). Já compramos luzes novas, tenho de ir ao musgo, já me voltaram a assaltar o azevinho (sim e já roguei umas quantas pragas a estes ladrõezecos de galhos de árvore). Vou comprar presentes, sem stresses, filas ou correrias.
Vou comprar o melhor vinho, o melhor azeite. Irei à busca dos cacetes para as rabanadas, enfim, Christmas as usual…
A pandemia, os confinamentos, o recolher obrigatório, trouxeram mais tempo, tempo em família… voltamos até aos jogos de tabuleiro…
Aumentaram o peso da nossa reciclagem, com todos em casa e tantas refeições domésticas!
Trouxeram decisões e determinações. Quero um jardim vertical, uma parede verde numa varanda pouco utilizada. Vou subtrair móveis e peças à decoração. Menos bonecos na árvore de Natal e destralhar a casa e a alma. Um modelo de vida mais espartano é o que me apetece neste momento.
E como a pandemia persiste, vou aproveitar para diminuir a pilha de livros por ler e assim poder aproveitar dos feriados.
Quanto ao mais, deixe-me sugerir que se obrigue a uma pausa. Pense se está feliz com o que faz, com o que tem, da forma como vive.
Se lhe apetece cuidar de si, cuidar dos outros, militar num partido político, advogar por uma causa, fazer voluntariado, encetar uma dieta, iniciar uma prática desportiva, vender o que tem a mais, comprar o que lhe faz falta, doar a quem precisa, ser vegan, adoptar um animal, mudar de profissão ou até de estado civil…
A reponderação e os ajustes de vida não têm de ser radicais ou fundamentalistas, basta que sejam queridos e tentados, a partir daí o céu é o limite.
Eu estou determinada a algumas mudanças.
Note que repensar não significa abandonar, apenas fazer diferente e tomar decisões.
Comprar menos e melhor, buscar autenticidade, ser mais próximo, dispensar fretes e pessoas tóxicas e maliciosas. Buscar o melhor, de mim, dos outros e das coisas.
E asseguro, adoro o natal.
Procuro um tempo pacífico em que cuidado e responsabilidades sejam os lemas comportamentais de todos.
Saúde e prudência!
Feliz Natal.