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Entrevistas

Escola Secundária da Portela

PROJETO “UMA AVENTURA... UMA AVENTURA NO COMBOIO”

9 de julho de 2019
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Os alunos da Escola Secundária da Portela tiveram a oportunidade de recriar a história do livro de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada “Uma Aventura no Comboio” em que as personagens viajam do Porto para Lisboa num Alfa Pendular e visitam alguns pontos de interesse pelo caminho. O Professor David Santos, impulsionador deste projeto conta-nos como foi.

Como surgiu esta ideia?

A ideia deste projeto surgiu há vários anos, tendo o mesmo já se realizado noutras escolas, ao longo do meu percurso profissional.

Os principais objetivos deste projeto são o promover a leitura e a escrita, fomentar o gosto pela disciplina de Português, bem como o enriquecimento da literacia dos meus alunos.

Neste sentido foram desenvolvidas inúmeras atividades quer de leitura, quer de escrita, bem como o aperfeiçoamento/tratamento de texto, visionamento do DVD do episódio da série “Uma Aventura…”, entre outras atividades, recorrendo ao livro “Uma Aventura no Comboio” (5.º 8.ª), das autoras Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada.

 

Em que consistiu a iniciativa? Onde aconteceu?

Esta iniciativa (projeto “Uma Aventura…”) consistiu num conjunto de atividades que visavam a realização de uma visita de estudo à cidade do Porto, tendo como suporte, do ponto de vista da disciplina de Português, a exploração do livro “Uma Aventura no Comboio”, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada.

O Projeto “Uma Aventura...Uma Aventura no Comboio” teve início no primeiro período, do presente ano letivo, com o arranque das atividades de sensibilização e angariação de fundos (reuniões com os encarregados de educação, alunos e organização do plano de recolha de fundos) e decorreu até meados do terceiro período, tendo as suas atividades colmatado na visita de estudo à cidade do Porto e envolvente urbana, isto é, visitas à Torre dos Clérigos, à Fundação Serralves, às Caves Offley, Cruzeiro das Seis Pontes e Casa da Música. A visita de estudo propriamente dita decorreu entre 15 e 17 de maio.

Fomos para o Porto de avião e regressamos de comboio, num Alfa Pendular, tal como acontece com os personagens do livro que “emprestou” a temática ao projeto.

 

Qual foi a adesão dos alunos? Quantos participantes, de que ano(s)?

O projeto destinava-se à minha Direção de Turma (o 5º 8ª) e neste sentido a adesão foi total, pois todos os Encarregados de Educação autorizaram a participação dos alunos e estiveram ativamente envolvidos nas atividades em que foram chamados a participar.

Assim, toda a turma esteve envolvida no projeto, num total de 19 alunos do 5.º ano de escolaridade. Dezanove alunos pode parecer um número pequeno à primeira vista, mas preparar tudo para poder levar dezanove crianças, com idades compreendidas entre os 9 e os 12 anos, numa visita de três dias, considero ser um pouco para “loucos”, mas que me faz sentir muita realização profissional e até mesmo pessoal!

 

Como foi vivida esta aventura? Esta aventura foi uma mais valia?

A aventura foi vivida com picos de trabalho e ansiedade, sentida especialmente pelos alunos e famílias, durante os meses antecedentes ao início da visita, pois a realização da mesma estava depende dos fundos que se conseguissem obter. Depois, durante a visita propriamente dita, a aventura foi vivida num clima de entusiasmo e satisfação: pela viagem, pelas descobertas dos lugares e pelo convívio entre todos.

Depois da avaliação do projeto, considero que o mesmo foi uma mais valia para alcançar os objetivos propostos. Por um lado, devido à forma como a turma evoluiu ao longo do ano letivo, evolução essa resultante da participação nas diversas atividades dinamizadas e por outro, pela postura e ambiente de aprendizagem sentidos durante a visita, que permitiram atingir plenamente os objetivos traçados.

Note-se que esta experiência não se restringiu a alunos e professores, mas a toda uma comunidade educativa, incluindo pais, funcionários e até mesmo outros professores da escola, que não lecionavam na turma.

Todos foram envolvidos de algum modo, quer através da compra de bolos, salgados e rifas, quer, contribuindo em momentos específicos com aspetos específicos, como foi o caso da professora de Educação Visual, que aproveitou para efetuar a decoração do Cabaz de Natal nas suas aulas.

Considero por isso que a experiência vivida pela comunidade educativa envolvida neste projeto foi enriquecedora a nível educativo, sociocultural e das vivências dos alunos face à ao estudo e à escola.

 

Qual foi a opinião dos alunos? Há testemunhos que possamos incluir na nossa notícia?

Os alunos gostaram imenso, pelo menos foi o que os pais me disseram posteriormente. Aliás, nos meios de comunicação do projeto (Facebook e Whatsapp) multiplicaram-se as mensagens de agradecimento dos Encarregados de Educação, que davam conta da satisfação dos alunos por terem participado no projeto.

 

No Facebook temos, por exemplo, as seguintes mensagens:

 

Encarregado de Educação: “(...) são pessoas como vós, que dão muito de si, sem pedir ou esperar algo em troca, que fazem este mundo melhor; que neste caso específico tornaram as nossas crianças tão felizes. Tudo é possível, basta sonharmos e este projeto é prova provada disso. Muito agradecida!”

Encarregado de Educação: “Mais palavras houvessem para agradecermos, para que sintam a nossa eterna gratidão e reconhecimento. É de facto um projeto de uma magnitude e impacto sentimental brutal. Atingiu-nos a todos, desde o primeiro ao último dia. Foi fabuloso! Para sempre no nosso coração! Pessoas como vós não se encontram com facilidade, felizmente tivemos esta rara sorte. Professores e ensinamentos fora da caixa que deixam memórias para a vida de pais, filhos, irmãos, avós e amigos. Todos queremos estar rodeados com energias positivas e alegres, com pessoas como vós!

*Não haverá palavras suficientes para vos agradecer.*”

 

Contaram com apoios? Da escola, dos pais, da junta...?

Durante o projeto contamos sempre com a colaboração dos pais, que contribuíram com bolos e salgados para venda e ajudaram a vender rifas. Depois também pedimos apoios a diversas instituições e empresas. Alguns desses pedidos resultaram em apoios muito importantes.

A Junta de Freguesia de Moscavide e Portela contribuiu com a aquisição dos bilhetes de comboio, a Câmara Municipal de Loures comparticipou com uma verba monetária, a TAP ofereceu-nos certificados de batismo de voo e livros para todos os alunos e a empresa de telecomunicações NOS ofereceu brindes diversos.

Algumas das empresas/entidades que visitámos (Fundação Serralves, Movijovem, Cruzeiro das Seis Pontes, Caves Offley, Torres dos Clérigos, Casa da Música, Movijovem e CP) também nos fizeram descontos nos orçamentos e/ou aquisição de ingressos das visitas.

A escola acolheu e apoiou este projeto desde início tendo autorizado a sua realização e também concedeu o espaço para a venda dos bolos e salgados.

 

Planeiam mais "aventuras" baseadas nesta coleção de livros?

Planear não sei se será a palavra mais adequada... eu diria mais que sonho. Como qualquer bom profissional, que lida com uma matéria prima tão especial, como são os alunos, temos sempre de sonhar em fazer mais e melhor. Este tipo de projetos é sempre bem acolhido pelos alunos e os resultados são sempre muito bons. Veremos se o futuro nos permite projetar novas aventuras e em que moldes. A vontade continua a existir, mas dependerá também das condicionantes próprias deste tipo de projetos, para além da minha vontade pessoal.

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