Fora do Carreiro
Votar, eu vou!...
7 de agosto de 2017
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Evidentemente, irei votar no próximo dia 1 de Outubro, nas eleições autárquicas. Não concebo a vida em sociedade sem participação, não concordo com uma democracia “representativa” onde alguém diz e faz tudo por nós, em nosso nome. Sou, portanto, adepto convicto da democracia participativa, onde os cidadãos tenham lugar todos os dias, com oportunidade de questionar, opiniar e pedir contas, mas também de se envolver. Não apenas a cada quatro anos, mas a todo o tempo.
Em quem votarei, é outra questão. Se há candidatos que já se excluiram, por si próprios, pelas suas disfuncionais visões do mundo, da possibilidade de poderem contar com o meu voto, restam os suficientes para uma escolha e opção ponderadas e, no limite, o voto branco. Abstenção nunca!
As minhas escolhas (passei para o plural, porque o voto nas autárquicas é plural, pela eleição dos três orgãos em que podemos votar) vão depender dos Programas Eleitorais que interpreto, como a visão que os candidatos têm para a freguesia e/ou para o Município, mas também com o elenco de compromissos que assumem publicamente. Auto-excluem-se do meu voto as candidaturas que não tenham Programa ou aquelas que fingem ter, mas que não passam de meia dúzia de frases soltas (à americana) que podem ser aplicáveis aqui ou no Tibete e normalmente significam que os candidatos não têm a menor ideia do que é preciso fazer e do que querem fazer. Por mim, quem queira poder pelo poder, deve procurar outras paragens !
Rejeito a tese de que todos são iguais. Não são. Nem o são os partidos, não o são os candidatos e também os projectos não são iguais, mesmo quando possam parecer idênticos. É indispensável ler as linhas e, se possível, também as entrelinhas e a conversa redonda.
Há, contudo, um tributo que não posso deixar de prestar, relativamente ao passado recente. O Dr. Bernardino Soares voltou a colocar o Município no mapa. Loures é outra vez referenciado por boas razões, pela sua iniciativa, pela sua dinâmica, pela sua capacidade de realização.
São indisfarcáveis quer a restituição da credibilidade e respeitabilidade ao Município de Loures, quer a recuperação económico-financeira do pesado legado que lhe deixaram. São indesmentíveis os progressos nas oportunidades de participação e na prestação de contas. São evidentes os progressos feitos na intervenção urbana, na construção e disponibilização de parques, na construção e recuperação de escolas, na actividade cultural e desportiva, no associativismo, no dinamismo económico e atracção de investimentos, na solução SIMAR, nas condições de trabalho, no saneamento da Gesloures, na reparação de estradas, na reabilitação de linhas de água e no compromisso de investimentos da Administração Central neste território.
Tenho boa consciência que muito mais há por fazer e considero que há coisas para fazer de forma substancialmente diferente, mas não ignoro que Bernardino Soares chegou em condições particularmente difíceis e a terreno minado. Veremos que rumo traça o seu Programa Eleitoral e que capacidade de se desminar vai revelar.
Aguardo com expectativa os Programas Eleitorais, porque votar, eu vou!