Fora do Carreiro
Passadiço do Bernardino é um caso de sucesso
7 de janeiro de 2024
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O passadiço concebido, impulsionado, licenciado, concursado e iniciado pelo Presidente da Câmara de Loures Bernardino Soares e a sua equipa, está a ser, como se esperava um caso de sucesso.
O completamento do percurso entre a Póvoa de Santa Iria e o Parque das Nações, percorrendo a Frente Ribeirinha do Tejo em Loures fazia falta para se cumprirem dois desígnios: 1. Proporcionar o acesso à frente Tejo à população do Concelho de Loures e 2. Viabilizar a ligação pedonal e por modos de mobilidade suave ente Vila Franca de Xira e o Guincho.
Não me parece que se esteja nesse rumo, mas devia cumprir ainda um terceiro propósito que era o de assinalar o arranque da recuperação e valorização da Frente Ribeirinha do Tejo em Loures, quer no domínio do território, quer nos âmbitos ambiental, cultural, pedagógico e económico.
Inquestionavelmente a iniciativa do anterior Presidente da Câmara está a concitar o interesse e a participação de muita gente no seu uso e desfrute, o que vivamente de saúda.
Por outro lado, não se deve perder de vista um conjunto de aspectos que precisam ser alvo de atenção e trabalhados para que o “passadiço do Bernardino” não se esgote na sua juventude e insuficiências.
Antes de mais, é preciso salientar que o passadiço foi concebido para proporcionar acesso em modo lazer à frente Tejo, sem prejudicar o sapal. Contudo, como sabemos e podemos ver, o sapal foi incompreensivelmente destruído para executar o passadiço. Um absoluto contra-senso, porque caso fosse para fazer tal disparate não seria necessário um passadiço, bastava construir uma estrada sem acesso às viaturas.
Depois é obrigatório que a Câmara de Loures ali garanta um conjunto de condições elementares ao funcionamento de uma infraestrutura daquele tipo: a) Garantir os ensombramentos necessários ao período estival; b) Assegurar o fornecimento de água aos utentes, nem que seja apenas no início dos percursos; c) Dotar o passadiço de meios de alerta e acesso para o socorro aos utilizadores; d) Instalação de recipientes para colecta de resíduos e a sua limpeza regular; e) Não será obrigatório, mas a infraestrutura bem merecia uma “torre de vistas” que permitisse a observação a partir de um plano mais elevado a paisagem e as aves que ali arribam.