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Rui Pinheiro – Sociólogo
Rui Pinheiro
Sociólogo

Fora do Carreiro

METROS POR UM CANUDO?

4 de agosto de 2024
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Francamente, creio que mais valia dizerem-nos a verdade. Os políticos sem frontalidade e sem coragem, são tão bem vindos como os políticos incompetentes, quer nos refiramos aos de âmbito local como aos de espectro nacional.
A evolução (ou involução) dos projectos de Metropolitano no Concelho de Loures parecem apontar num caminho de falácia e fracasso.
Por um lado, o “Metro” para Sacavém desfaleceu na primeira curva do caminho. Nunca mais ninguém falou de tal coisa e todas as acções de que ouvimos falar vão no sentido de impossibilitar completamente a breve e longo prazo a chegada a Sacavém uma solução de metropolitano de superfície. Falamos da urbanização do antigo quartel de Sacavém que enxameada de habitação vai bloquear completamente os espaços de desenvolvimento humano e sustentabilidade da Cidade. Sacavém não terá espaços para os acessos, as estações, o estacionamento e as infraestruturas de apoio indispensáveis.
Devia haver a coragem de “arrumar” esse projecto falhado, para que toda a gente possa pensar em alternativas, porque a aposta – que se vislumbra num tal de PIR - no trânsito automóvel com anunciadas vias rodoviárias e rotundas e nenhum investimento ou proposta para formas alternativas de mobilidade.
O Metro em Loures, a dita linha violeta, faz francamente suspeitar sobre a sua efectiva construção por razões de financiamento e, a ocorrer, levanta a magna dúvida sobre se, em boa verdade, servirá as populações e apoiará os movimentos pendulares entre Loures e Lisboa.
Diz-nos o sítio da internet do Metropolitano de Lisboa que “Com a aprovação em Conselho de Ministros, de 16 de novembro de 2023, o investimento total na linha Violeta será de 527,3 milhões de euros, com 390 milhões de euros provenientes do PRR, na modalidade de empréstimo e 137,3 milhões de euros do Orçamento do Estado.” Empréstimo, sublinhamos. Quem o vai pagar apetece perguntar.
Inquieta ainda uma solução de metropolitano de superfície com custo estimado de 527 milhões (não será bastante mais ?!...) que quase se limite a ligar duas grandes superfícies comerciais, sem resolver os problemas de acesso diário a Lisboa de milhares de pessoas.
Vamos ver metros por um canudo ?

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