Fora do Carreiro
Menos, sem dúvida. Muito menos. E em sofrimento?
5 de junho de 2023
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Percorremos as vias do Concelho de Loures e encontramos por todo o lado uns cartazes a dizer “ Estamos a fazer ”. Estão por aí há imenso tempo a prometer-nos, não se sabe bem se um vendaval de “fazeduras” ou a tentar significar que a mera existência dos ditos cartazes nas ruas já é fazer qualquer coisa…
Seria de admitir que caso os benditos cartazes estivessem a convocar a nossa atenção para muitas realizações, nós as pudéssemos ver, sentir, constatar, participar. Ou, talvez, pudessem ainda estar a alertar-nos para uma vastidão de novos projectos, fossem eles pequenos ou grandes, que nos dessem a perceber a concretização de promessas eleitorais ou pós-eleitorais, que fossem a afirmação de desígnios municipais ou populares, que almejassem melhorar as vidas de todos ou de partes de nós.
Seria infame negar que há obras a serem concluídas, embora projectadas, concursadas ou iniciadas por outros. E assim deve ser inquestionavelmente. O que se pergunta é se se justifica tanto “autodor” para apropriar ideia e iniciativa alheia. Não seria bonito e poderá ser considerado manipulador, embora, certamente, muitos de nós percebemos bem o que é realização e o que é propaganda.
Ainda tudo pode ser alterado substancialmente na 2ª parte. Chegámos ao intervalo sem concretizar, mas a verdade é que o jogo ainda não terminou. Vamos a ver se alguém fará alguma coisa por outro resultado final. Para já, menos, muito menos que antes.
Chega-nos notícia de que foi feito despacho municipal que obriga a que cada dirigente municipal e cada vereador, submetam à validação centralista e castradora do gabinete presidencial despesas acima de mil euros.
É coisa nunca vista em nenhum município, que bloqueia por completo o funcionamento da máquina municipal e desautoriza por inteiro e de uma vez só não apenas os dirigentes municipais mas, pasme-se, os próprios vereadores. Tanta macroestrutura para tão pouca autonomia. O quase nada que se faz, feito em sofrimento ? Um espanto. A inscrever nos anais!