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Rui Pinheiro – Sociólogo
Rui Pinheiro
Sociólogo

Fora do Carreiro

ARMADILHA ELEITORAL E O FUTURO DA DIVIDA

4 de novembro de 2024
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Na anterior crónica aqui publicada, já fizemos referência à tentativa em curso de armadilha eleitoral aos munícipes de Loures. A nossa “contadoria”, é bem ilustrativa que do que foi prometido, nada está feito. A armadilha com que nos quer enrolar o grupo no poder em Loures é básico, mas pode resultar, perante a proverbial distração dos eleitores que tendem a orientar-se apenas por impressões.
Beneficiando de uma muito boa condição económica-financeira deixada por Bernardino Soares, beneficiando do vasto conjunto de projectos que o anterior executivo deixou iniciado, lançado ou pensado, beneficiando de umas prebendas (algumas bem envenenadas para o futuro mas que no imediato significam transferência avultada de dinheiros) deixadas pelo anterior governo socialista, foi montada uma operação de propaganda em escala, onde emerge um tal PIR, que mais não é que uma tentativa de confundir, fingindo que muita coisa vai ser feita e, sobretudo, que o que vai ser concretizado à pressa para as eleições é da autoria do actual executivo. Durante 3 anos nada aconteceu, agora, tudo se (re)prometerá e, inevitavelmente, umas obras vão aparecer. Seria demais, apenas caracolar…
Para além deste alerta que aqui se faz aos eleitores de Loures, para que possam analisar e reflectir sobre o que por cá se passa, para além das propagandas, não se pode ignorar o problema da divida municipal que não pára de crescer. O grupo no poder, sob as siglas do PS e do PSD, têm sucessivamente votado em conjunto a contracção de mais e mais empréstimos. A, assim é que é.Tanto quanto pudemos estimar (entre 2022 e 2024), sem dispor de todos os dados, claro, é de que o montante de empréstimos já contraídos neste período é de cerca de 120 milhões de euros, o que adicionado aos juros do serviço da dívida de cerca de 67 milhões de euros, resultam num compromisso de mais de 185 milhões de euros.
O que isto significará, certamente, é que para montar a esparrela eleitoral, o Município ficará fortemente condicionado no futuro para realizar investimentos uma vez que andará a pagar os empréstimos e a imensa estrutura de pessoal que foi criada para acolher as transferências de Lisboa e os favores locais.
Quem vier dirigir o Município de Loures, seja de que força política for, a seguir a este grupo actual, vai ter de trabalhar muito para restaurar as suas finanças e a capacidade de investimento.

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