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Rui Pinheiro – Sociólogo
Rui Pinheiro
Sociólogo

Fora do Carreiro

À TRIPA-FORRA ?

6 de janeiro de 2025
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Prédios. A Câmara Municipal de Loures, no anterior mandato autárquico, liderada por Bernardino Soares, havia adquirido dois prédios em Loures tendo em vista a sua adaptação para instalar os serviços municipais e acabar com a dispersão de serviços municipais pela Cidade e, provavelmente, fazer poupanças económicas com as rendas que deixaria de pagar. Tal projecto, parece ter sido abandonado no actual mandato autárquico. Nem se sabe de qualquer projecto de execução, nem de obras, nem de alienação dos edifícios. Ou foi remetido para o fundo de uma gaveta ou para um qualquer congelador de ideias.
Contudo, a administração municipal em funções, mal chegou, também fez a sua aquisição predial, só que em Sacavém. Foi comprado o prédio do antigo Externato S. José na Rua José Luis de Morais.
Alegadamente, essa compra destinar-se-ia a transformar o interior do edifício para proporcionar alojamento a polícias da PSP e guardas da GNR que viessem prestar serviço para a região de Lisboa. Dito de forma simples, a Câmara Municipal de Loures comprou um edifício para o ceder ao Governo, por 50 anos, para alojar agentes da autoridade, o que é obrigação do governo garantir e não às câmaras municipais. Não se conseguem perceber de que contrapartidas beneficiaria a Câmara de Loures e os munícipes do Concelho, concedidas pelo governo, para que aqueles financiassem este, a PSP e a GNR…
O certo é que não há obras a decorrer, não há agentes no local, não aconteceu nada. Havia dinheiro que não se sabia onde gastar ou há uma vocação imobiliária desconhecida no actual executivo?
Rotunda do Milhão. Munícipes com sentido de humor já baptizaram a desnecessária rotunda que está a ser construída na Avenida Estado da Índia em Sacavém como a “Rotunda do Milhão”. Em breve terei de tirar da minha lista de contadoria esta “obra de legislatura” e, das carradas de promessas feitas, esta, que se dizia ser coisa barata e simples de fazer, será inaugurada de olhos postos no próximo acto eleitoral. Demorou 3 anos a ser projectada, uns quantos meses de incómodo viário e aos vizinhos e fica com uma referência indelével: Um milhão. O que fica por ver é o interesse e real utilidade de um investimento desta monta. Alguém vai viver melhor ?
É este “torrar” de dinheiro público, despropositado, que nos suscitam a locução adverbial “à tripa-forra ?”. Matéria para pensar.

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