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Rui Pinheiro – Sociólogo
Rui Pinheiro
Sociólogo

Fora do Carreiro

A Estrutura Verde Municipal e a Resiliência Climática

5 de dezembro de 2020
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A Câmara Municipal de Loures tem em robusto desenvolvimento a Estrutura Verde Municipal com a criação ou ampliação de Parques Verdes equipados. Estão agora em concretização, o Parque Verde da Quinta de Santa Teresa, em Camarate, a segunda fase do Parque do Bairro de Santo António, também em Camarate, o Parque Verde do Planalto do Catujal e o Parque Urbano do Infantado.

Há que reconhecer que é um investimento apreciável. Não especialmente pelo seu valor de obra, de cerca de 2 milhões de euros, mas sobretudo pelo que significa de incremento da estrutura verde no território e o seu efeito a longo prazo, quer na ocupação do solo, quer no impulso à resiliência climática, absolutamente indispensável.

Esta opção do Município de Loures tem ainda valor acrescido em função do tremendo período pelo qual passamos. Porque requer coragem, mas sobretudo, visão de futuro. O pós-pandemia pode ser uma qualquer “nova normalidade”, mas do que certamente não nos livraremos, com uma vacina, é do agravamento do estado do ambiente, do esgotamento dos recursos naturais, da sobrecarga dos impactos climáticos. É por isso que aqui se considera ser de assinalar a bandeira que vem sendo transportada, quase exclusivamente, pela ADAL entre as associações da denominada sociedade civil relativamente à problemática das alterações climáticas e a necessidade de uma acção municipal integrada, coordenada, participativa. A escala local é muitíssimo insuficiente para enfrentar o desafio com sucesso, mas preparar o Concelho para ser resiliente ao problema global é uma tarefa indeclinável e inadiável. Foi o que a ADAL foi dizer ao Loures em Congresso há mais de 5 anos.

Nessa perspectiva, presume-se, estará a elaboração em curso do Plano de Acção Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas que a Câmara Municipal de Loures prevê, e bem, articular com o Plano Metropolitano equivalente. Se é insofismável a necessidade desse Plano e se é indesmentível, como antes assinalámos, que estão em marcha acções concretas que preparam a resiliência climática, não podemos deixar de recear que nem no quadro da maioria municipal haja a ambição suficiente para uma estratégia ambiental robusta, como não se vislumbra o menor interesse e apoio da oposição, nem visão das freguesias, para se caminhar conjunta e empenhadamente para uma verdadeira sustentabilidade.

Uma sustentabilidade ambiental, mas também uma sustentabilidade económica, uma sustentabilidade territorial, uma sustentabilidade demográfica, uma sustentabilidade energética, uma sustentabilidade social, cultural e educativa.

Como se ouviu afirmar no Loures em Congresso, “A SUSTENTABILIDADE mais do que transversal, é universal !” e é “o mais mobilizador dos objectivos e a melhor das opções estratégicas”.

Faz por isso sentido, nesta perspectiva de abrangência sustentável, destacar o crescimento da estrutura verde municipal e o Plano Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas, salientando que cada iniciativa, isoladamente, tem um efeito diminuto e uma percepção reduzida. O rumo certo precisa de uma ideia directora e unificadora.

Este colunista escreve em concordância com
o antigo acordo ortográfico.

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