Opinião de Ricardo Andrade
Podemos ser todos Europa
2 de junho de 2024
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No último número deste nosso “Notícias de Loures” falei sobre as Eleições Europeias e no essencial que julgo ser uma clara demonstração de participação no acto eleitoral que se realiza a 09 de Junho.
Quando escrevi esse artigo, devo confessar, que tinha bem presente não apenas o incómodo da data para os eleitores portugueses mas também o facto das Eleições Europeias serem, normalmente, eleições com baixa participação em Portugal.
Admito também que sempre associei esses números reduzidos de participação não apenas a um desinteresse dos eleitores relativamente à Europa mas também com um certo afastamento bem como um desconhecimento do que é verdadeiramente a União Europeia e da importância que tem na nossas vidas.
Talvez por isso e pelo histórico das campanhas eleitorais europeias no nosso país, nunca tive grandes expectativas que este período pré-eleitoral e eleitoral fôsse diferente.
Mas, contra todas as minhas previsões, tenho assistido a muito tempo de antena nos meios de comunicação social e a debates para as Eleições Europeias em que o tema não foi a conjuntura politica nacional mas sim e verdadeiramente... a Europa.
Finalmente os políticos portugueses no geral e os candidatos a deputados europeus em particular, falaram mesmo sobre a Europa.
Horas e horas de informação, de debate, de esclarecimento e discussão sobre a Europa. Minutos e minutos de oportunidades para os portugueses saberem mais sobre tudo o que envolve esta realidade europeia essencial para todos os portugueses.
Mais do que conjecturar sobre esta mudança de paradigma, devo partilhar que fico extremamente feliz por acreditar que esta discussão mais ou menos profunda sobre a União Europeia seja uma evolução para melhor e que signifique um futuro de não instrumentalização das Eleições Europeias e um verdadeiro sinal de que todos enquanto partes da sociedade portuguesa possamos crescer enquanto verdadeiros eleitores europeus.
Assim saibamos responder todos todos todos a esta mudança e fazer parte de uma histórica participação eleitoral com números que nos dignifiquem enquanto povo português e enquanto europeus. Assim consigamos demonstrar que entendemos que o futuro da Europa está nas nossas mãos. Assim possamos deixar de nos colocarmos à margem da União Europeia e saibamos assumir que somos europeus interessados e participativos na mesma medida em que somos portugueses com responsabilidade.
Se assim fôr, não só ficará demonstrado que olhamos para a Europa mas também que... todos somos Europa!