Opinião de Ricardo Andrade
Mais do mesmo? Não obrigado!!
6 de março de 2019
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Nas linhas que escrevi no passado mês de fevereiro abordei de modo sincero, frontal e objetivo a mudança de paradigma no que à imagem do Partido Comunista Português diz respeito.
Tal como então, continuo a acreditar que o PCP, no país em geral e na Câmara Municipal de Loures em particular, perdeu de vez a aura de impoluto e de reserva moral do sistema político no que à ética, à moral e aos valores diz respeito.
Mas se volto a abordar esta temática e faço aqui esta introdução é porque julgo que, em Loures, o PCP continua sem perceber não apenas que a sua imagem pública mudou como, aparentemente, nem sequer se preocupa muito com esse facto. E isso sim, julgo ser grave quando a atitude vem do partido que gere os destinos do município de Loures, um dos maiores deste nosso país à beira-mar plantado.
Ainda mais grave se torna quando o maior partido da oposição camarária na nossa terra, o Partido Socialista, tem entre nós um historial não muito longínquo de comportamentos igualmente questionáveis no plano ético, dos valores e dos princípios em política como se poderão todos recordar pelas ocorrências enquanto Carlos Teixeira (na época militante do PS) era Presidente da Câmara Municipal de Loures.
Os comportamentos deste dois partidos são então, na minha visão, uma mancha na imagem externa e interna do nosso município e uma potencial fonte de descrédito na ótica do cidadão comum que espera dos seus responsáveis políticos um conjunto de práticas claras, limpas e intocáveis na gestão da coisa pública.
Para mim, enquanto pessoa que assume perfeitamente que o desempenho de cargos públicos deve ser algo de responsabilidade máxima e com um grau de exigência moral elevadíssimo, esta situação preocupa-me sobremaneira na medida em que considero perfeitamente injusto que o todo seja julgado pela bitola destas partes displicentes e aparentemente pouco preocupadas em alterar comportamentos como se pode analisar na forma como, por exemplo, o PCP mantém nas suas fileiras na Assembleia Municipal de Loures elementos pouco preocupados com a sua isenção e que acumulam papéis de decisores e de fiscalizadores sendo uns dias quem escolhe e no outro quem avaliza as escolhas.
O caminho não pode então ser outro que não o de premiar quem se comporta de forma irrepreensível e de sancionar claramente quem alimenta o descrédito. E neste capítulo julgo que o tempo de “cautela e caldos de galinha” já passou há muito.