Opinião de Ricardo Andrade
A máscara caiu!
5 de fevereiro de 2019
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Mesmo os habitualmente mais desatentos às questões de política local no nosso Concelho, ouviram,nos últimos dias, falar da Câmara Municipal de Loures e das suas práticas contratuais. Mesmo aqueles a quem o dia a dia camarário passa ao lado, não conseguiram deixar de assistir a notícias transmitindo uma imagem pouco abonatória da gestão comunista do município.
Seria, naturalmente, difícil para mim, não abordar esta temática. Mas jamais seria capaz de o fazer procurando atacar gratuitamente, julgando quem quer que seja em praça pública e muito menos denegrindo com mentiras quem gere a Câmara de Loures. Assisti, como todos, à reportagem da TVI na qual se colocavam questões, apresentavam factos e era dada a oportunidade do contraditório a quem de direito.
Infelizmente, o problema de transparência em vários actos da Câmara Municipal de Loures bem como na postura e no comportamento de eleitos pelo Partido Comunista Português não se cinge unicamente ao mero ato em si de celebração de vários contratos nem aos valores dos mesmos ou aos que usufruem de vantagens financeiras mas a algo que pode ser transposto através da expressão popular “olha para o que eu digo e não olhes para o que eu faço”.
Há muito que nos habituámos a ver um Partido Comunista que se assume como impoluto e como verdadeira reserva moral do sistema político. Há muito que somos invadidos por críticas do PCP a todos quantos não se comportam de forma moralmente irrepreensível no exercício de cargos públicos.
Mas agora, e com este luminoso caso de lâmpadas e cartazes bem como com outros comportamentos que virão, por certo a público, nos próximos tempos, estamos perante uma realidade em que a máscara caiu e na qual aqueles que se diziam acima de quaisquer falhas morais se revelam iguais a todos os outros que criticam.
Tanto falaram, tanto criticaram, tanto procuraram denunciar estando sempre no papel dos críticos e dos acusadores que agora são, manifestamente, desmascarados e se colocam, por culpa e pecados próprios, do lado dos que, ao invés de cuidarem inabalavelmente da coisa pública, manipulam a mesma a seu bel-prazer.
E este caminho é um caminho sem retorno. Um rumo que o PCP não pode inverter.
Mas no meio de toda esta turbulência e queda de um mito, penso que o mais importante é termos a capacidade de estarmos atentos e de ver quem, verdadeiramente, irá defender os interesses de todos os lourenses e a transparência das instituições públicas.
Porque algo já sabemos de facto… nem o PCP nem o PS de Loures são o que dizem ser. Enquanto outros poderão provar que são diferentes!