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Ricardo Andrade – Comissário de Bordo
Ricardo Andrade
Comissário de Bordo

Opinião de Ricardo Andrade

Donos do nosso futuro!

8 de maio de 2022
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Durante os últimos dois anos muito se falou sobre a pandemia e conseguimos viver meses após meses abordando até à exaustão o tema COVID-19.

Ultimamente somos massacrados com a temática incontornável da guerra na Ucrânia.

Estranhamente ou não, deixámos de falar sobre a pandemia e sobre todas as implicações da existência da mesma no panorama local, nacional e internacional.

É quase como se a pandemia tivesse desaparecido, como se tivéssemos vencido a batalha e como se, finalmente, tivesse ficado tudo bem.

Será que ficou? Será que não existe COVID? Será que tudo voltou ao normal?

Manifestamente julgo que não. Mas julgo também que a grande questão que nos estamos a esquecer é a de saber se estamos ou não preparados para novas vagas do inimigo COVID ou até mesmo de novas pandemias semelhantes ou até mais gravosas.

Fomos, na maioria, enormes enquanto povo na nossa resposta diária à pandemia. Fomos também, enquanto país, líderes na forma como não permitimos que um vírus devastador nos roubasse a esperança.

Será que isso basta? Será que as nossas respostas enquanto povo e enquanto comunidade ensinaram algo aos nossos decisores políticos?

Vimos, durante dias e dias a fio, as respostas das autarquias locais às necessidades das comunidades provenientes dos imensos constrangimentos a que a resposta à pandemia obrigou. E agora?

Voltámos às festas e festarolas. Voltámos a uma normalidade aparente. Retornámos a uma vivência marcada pelo imediato, esquecendo que existe um futuro por construir.

Se consigo entender este mecanismo colectivo, quase terapêutico, de colocar em segundo plano a muito espremida temática do COVID, confesso já que tenho muito receio que, ao nível dos decisores políticos, estejamos a descurar o aspecto essencial da preparação para um futuro que pode ser marcado por um regresso em força do inimigo dos últimos anos.

Será que não devíamos enquanto sociedade exigir mais? Será que não devíamos enquanto comunidade reivindicar já para não nos queixarmos amanhã?

Sinceramente, julgo que sim.

Porquê?

Porque, como tenho escrito diversas vezes, não devemos exigir a quem nos dirige que faça algo que não estejamos dispostos a fazer nós mesmos. Porque, como muitas vezes tenho chamado à atenção, devemos ser nós os primeiros a dar sinais do que pretendemos serem os caminhos para conquistarmos o nosso futuro. Porque, claramente, cada um de nós deve não apenas apontar erros passados mas, acima de tudo, sinalizar soluções futuras e fazê-lo não de forma reactiva mas sim de um modo pró-activo e dinâmico demonstrando que queremos ser os donos do nosso futuro.

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