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Ricardo Andrade – Comissário de Bordo
Ricardo Andrade
Comissário de Bordo

Opinião de Ricardo Andrade

Alea Jacta Est?

7 de abril de 2025
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Diz-se que Júlio César, ao tomar a decisão de atravessar o Rubicão com as suas legiões proferiu uma frase que se viria a tornar intemporal.
O “Alea jacta est” de então poderia até significar que os dados estão lançados quanto às Eleições Legislativas pois parece-me que as regras do jogo têm vindo a ser, aparentemente, definidas. No entanto penso que será prematuro dizer quer que as regras estejam todas definidas quer que o resultado do próximo acto eleitoral é previsível.
Temos, neste momento, listas partidárias aprovadas com cabeças de lista anunciados, nomes de coligações essenciais aceites e reconhecidas pelo órgão competente e datas de debates televisivos publicitadas.
Poderíamos dizer que muito está definido mas o que não podemos deixar de ver é que não só muito ainda falta por dizer quanto aos programas e intenções dos concorrentes como é difícil de prever qual o rumo que a campanha eleitoral irá tomar.
Dirão uns que esta campanha eleitoral será igual a todas as outras. Dirão outros que não querem nem saber. E dirão ainda alguns que esta campanha tem tudo para ser a mais “suja” e “lamacenta” de sempre .
Mais do que tentar fazer uma previsão ao estilo “Zandinga”, “Alcina Lameiras” ou “Maya” julgo que o importante seria que cada um de nós fizesse parte do que me parece ser uma essencial moralização das campanhas eleitorais no nosso país.
No que me toca não tomo a minha decisão de voto por quem é o mais bonito ou o mais feio. Não escolho onde vou colocar a minha cruz em função de clubismos ou fidelidades caninas. Não sigo este ou aquele na medida dos decibéis com que se tenta impor. Não olho apenas para o meu umbigo e para as minhas comodidades quando pondero quem eleger para lutar pelo futuro do país que acredito que podemos ter e ser.
Mas ao ter esta atitude, tenho igualmente a obrigação de exigir ser tratado por quem concorre com o mesmo respeito que terei sempre por quem decide abraçar o desafio de concorrer a cargos públicos. Tenho que exigir que todos os candidatos se empenhem igualmente ( independentemente do seu lugar numa lista ser mais acima ou mais abaixo ) por interagir com os eleitores ( como eu próprio ) procurando dar-nos nota do que são as propostas com que se comprometem perante todos os seus concidadãos. Tenho que exigir que a Comunicação Social não se perca em “casos” e “casinhos” mas se concentre em “espremer” de todos os candidatos o maior número de informações sobre qual o rumo que pretendem para o nosso país e como pretendem atingir esse desígnio. Tenho que exigir responsabilizar todos quantos decidam não irem votar, como forma de protesto, por colaborarem com tudo aquilo que criticam. Tenho que exigir que quem se preocupa cuida e por isso se eu me preocupo com o meu futuro, dos meus pais e dos meus filhos, também tenho que cuidar informando-me e não me alheando de uma das mais importantes eleições dos últimos anos.
Hoje como sempre, acredito que somos todos donos dos nossos destinos e por isso... cá estarei para fazer a minha parte nunca deixando que a culpa morra solteira por parte de quem não respeite uma das maiores armas que o cidadão normal tem que é ... o próprio sistema democrático.

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