Opinião de João Pedro Domingues
Um bom 2024 para todos nós
7 de janeiro de 2024
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O ano de 2023 terminou. Foi um ano forte em emoções, nomeadamente no plano internacional. Houve alguns bons acontecimentos, mas houve também momentos e situações totalmente inaceitáveis e inconcebíveis, que se traduziram, e ainda traduzem, em resultados dramáticos.
A nível internacional, destacarei somente alguns. O Brasil saiu do marasmo de uma ditadura, militar e evangélica, que atrasou o país, e terminou com as lamentáveis cenas do assalto ao Palácio do Planalto. Lula da Silva voltou e espera-se que o país se possa reconstruir, novamente, como uma potência sul americana.
A guerra da Ucrânia continua, com o invasor a bombardear, quase diariamente, a população ucraniana e a deixar o país completamente devastado e totalmente destruído.
Em Israel, o Hamas levou a cabo um cobarde ataque relâmpago, sem precedentes, matando, violando e sequestrando quem encontrava no seu caminho. A resposta de Israel foi a que se esperava: violenta, de quem se sentiu atacado na sua própria casa, mas, neste momento, está a ter contornos desmedidos, violando todas as normas internacionais, nomeadamente de direitos humanos, e penalizando fortemente a população civil palestina.
2023 foi também, um ano de terramotos. Turquia, Síria e Marrocos, onde 60 mil casas em mais de 3 mil aldeias, dispersas no Alto Atlas, foram completamente destruídas.
Os incêndios têm sido uma constante nos últimos anos, a maior parte por via da inoperância, de todos nós, no que respeita às alterações climáticas (que alguns ainda acham que é um não assunto). Canadá, Havai e a Grécia foram exemplos bem vivos desses fenómenos naturais.
Internamente, no nosso burgo, a crise política gerada com a demissão do Governo foi o acontecimento mais relevante do ano que findou.
Um comunicado, em concreto o seu último parágrafo, que parece ter sido incluído à pressa, culminou com um desfecho nada esperado por todos nós, dado que a maioria absoluta estava a trabalhar e que já tinha apresentado o orçamento para o presente ano.
Terminaram assim 8 anos de um trabalho bem visível, em que se superaram dificuldades como a pandemia, e mais recentemente, a inflação que assolou toda a Europa.
Também nestes anos, o nível de qualificações da população aumentou de forma bem visível. O abandono escolar diminuiu e o número de alunos matriculados no ensino superior aumentou de forma muito significativa. Somos um exemplo internacional no que respeita ao caminho para se conseguir a neutralidade carbónica, sendo que, relativamente à eletricidade consumida, cerca de 63% já provem de fontes renováveis.
O desemprego atingiu números nunca conseguidos, fruto de uma economia que se encontra em crescimento. E fugimos de um déficit orçamental crónico, facto que foi reconhecido pelas principais empresas de rating.
Claro que nem tudo correu bem, há ainda muito por fazer, e que o Governo agora demissionário, se preparava para tentar resolver.
Aproximam-se as eleições legislativas e tudo parece indicar, segundo os principais comentadores, que os tempos serão de alguma ingovernabilidade, por não se perspetivarem maiorias sólidas.
Há problemas terão de ser resolvidos ou minorados: a questão do SNS, que tem a ver com a pouca atratividade da carreira pública, mas acima de tudo com a falta de recursos humanos (será que a Ordem dos Médicos não terá nisso muita responsabilidade?); a questão dos professores e recuperação das suas remunerações, mesmo que faseada do tempo de serviço; e a questão da Justiça, são temas que têm de continuar a ser trabalhados em articulação com todos os atores.
A localização do novo aeroporto deverá finalmente ser resolvida, de modo que o turismo não fuja para outros destinos emergentes.
Pessoalmente, espero que haja continuidade na linha política do Governo, em relação ao trabalho que foi abruptamente interrompido, por razões que ainda deverão ser esclarecidas.
E, enfim, todos desejamos que 2024 possa ser diferente, sem pandemias e, mais difícil, sem guerras. E que, mantenhamos a ideia das contas certas, maior crescimento e emprego, com justiça social, maior coesão e que a habitação possa continuar a ser um desiderato nacional.
Desejo a todos um 2024 com saúde e sucessos pessoais e profissionais.