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João Patrocínio – Jurista
João Patrocínio
Jurista

Gastronomia

CASEIRICES

7 de março de 2021
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Outro mês se passou em estado de emergência e durante o qual “ficar em casa” vai sendo cada vez mais hábito e onde vamos reajustando esta condição com novos hábitos e rotinas de trabalho, mas também de lazer, sendo que, é o equilíbrio entre os dois que ainda nos vai mantendo mentalmente sãos.

Com os restaurantes a atravessar uma preocupante crise, e alguns deles mesmo encerrados, também ganhámos o hábito de mandar vir comida de fora daqueles estabelecimentos que estão a funcionar em takeaway e que diariamente nos fazem chegar a sua ementa através das redes sociais ou por mensagem acenando-nos com as suas especialidades.

Mas por outro lado, este confinamento também nos ajudou a ganhar outros hábitos, como privilegiar o comércio local, fazendo compras de proximidade em detrimento das grandes superfícies.

No meu caso concreto, tenho privilégio de ter o Mercado de Loures bem próximo, onde não dispenso a visita aos sábados de manhã para o abastecimento de frescos.

É aqui, na “Banca da Avó Joaquina” que encontro as frutas e legumes para a confeção dos meus cozinhados da semana.

A qualidade e a frescura dos produtos são assinaláveis e o colorido dos expositores desperta-nos os sentidos quando conjugados com os cheiros que ali se sentem.

Por outro lado, a simpatia e disponibilidade da Cristina Murtinheira, bem como dos familiares que aos fins de semana a auxiliam, é contagiante e faz-nos sentir em casa.

É daqui que levo para a minha cozinha o carrinho cheio todos os sábados. E este último não foi exceção, pois tinha um ARROZ DE POLVO MALANDRINHO para preparar.

À minha espera estava o dito, descongelado de véspera, e ao qual acrescentei apenas uma cebola e fechei na panela de pressão.

Não faltou muito para que o som da faca se fizesse sentir a picar uma suculenta cebola acabada de sair do saco, e que logo de seguida fez o mesmo a uns dentes de alho.
Tudo para dentro de um tacho a refogar com umas folhas de louro e azeite.

Entretanto, já uma bandeira portuguesa de pimentos fresquíssimos (meio verde e meio vermelho), picados em pequenos cubinhos, se juntava aos sumarentos tomates maduros igualmente picados.

Juntamos o pimento e o tomate à cebola, e o alho vai acabar de refogar um pouco.

Entretanto, uma vez cozido o polvo, corta-se o mesmo em pequenos pedaços, e reservamos toda a água da cozedura.

Quando o refogado já está no ponto, juntamos o arroz carolino, que vai estalar um pouco antes de juntar um pouco de vinho branco.

Por fim, acrescentamos a água do polvo – atenção que já é salgada -, é só juntarmos a esta um pouco de pimenta a gosto e deixar ferver sem que o arroz coza muito.

Acrescentamos os pedaços do polvo e depois de levantar fervura é só deitar por cima uns frescos coentros picados, apagar o lume e servir antes que o arroz ensope o caldo.

A seguir, é só deixarmo-nos levar por um dos prazeres de estar em casa…

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