Ninho de Cucos
Tame Impala - The Slow Rush
10 de março de 2020
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Iniciando a carreira em 2007 como exploradores psicadélicos, os Tame Impala lançaram o seu álbum estreia “Innerspeaker” em 2010, um poderoso manifesto de rock de guitarras psicadélico.
Kevin Parker é o líder, a todos os níveis, da banda australiana Tame Impala. Kevin é igualmente dono de uma personalidade especial , capaz de subverter as expectativas dos seguidores e sobretudo encarando o perfecionismo como um ato solitário.
Tal, é perfeitamente percetível ao longo da discografia de 4 álbuns até à data, o último dos quais editado no mês passado, “The Slow Rush”. Em 2012, “Lonerism” expandiu o estilo da banda com a redução do peso das guitarras, em 2015 com “Currents”, Kevin Parker conduziu os Tame Impala para um caminho bem mais pop com incursões ao hip hop, R&B e ao disco/dance music e o grosso dos temas num tempo mais acelerado. Este trilho de sucesso levou Kevin Parker nos anos seguintes a colaborações com os artistas mainstream Lady Gaga, Travis Scott, Kanye, ou Mick Jagger.
“The Slow Rush” o álbum acabado de conhecer a luz do dia é um álbum a solo de Kevin Parker na sua construção. É ele que toca todos os instrumentos (e não são poucos, tal é a densidade do mesmo), são dele todas as composições e respetiva produção e a temática é igualmente egocêntrica entre os seus desgostos amorosos, a morte do pai e as dúvidas existenciais e do seu papel no mundo.
Aproximadamente uma hora de duração, 12 temas de dance hipnótica, Madchester, Daft Punk, Pharrell Williams, psicadelismo adocicado e suavizado pelas atmosferas de ecos e reverberação, poucas guitarras e muitos sintetizadores, ritmos de bateria como se de beats/loops de hip hop se tratasse, baixos elegantes tocados na dose certa, um caldeirão de influências de muita da música das últimas 6 décadas e o seu falsetto emocional e imperturbável ao longo de todo o disco, são características deste trabalho.
Aos singles conhecidos “Borderline” e “Lost in yesterday”, juntam-se “One more year”, “Posthumus forgiveness” (homenagem ao seu pai), “Breathe deeper” e “It might be time” para garantir muitos galardões, liderança no alinhamento dos maiores festivais de música de todo o mundo para os próximos anos e o reconhecimento dos Tame Impala, aliás Kevin Parker, aos 34 anos, como um dos maiores músicos e influenciador musical, das primeiras décadas do século XXI.