Ninho de Cucos
Pvris - Use me
5 de setembro de 2020
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Os PVRIS (que se lê Paris) mas que por razões legais acabaram por fixar o nome como Pvris, formaram-se em Lowell, no Massachusetts em 2010 sob o nome de Operation Guillotine.
Originalmente eram uma banda de metalcore, constituída por cinco elementos, Kyle Anthony na voz principal, a vocalista/guitarrista Lynn Gunn, o guitarrista Alex Babinski, o baixista Brian Macdonald e o baterista Brad Griffin.
Em 2013 a banda lançou um EP autointitulado, contendo 5 músicas inéditas num estilo post-hardcore e reduzida a trio, com Lynn Gunn, Alex Babinski e Brian Macdonald.
Vencedores de diversos concursos e batalhas de bandas, os Pvris mudaram radicalmente o seu som no primeiro álbum lançado no final de 2014, incorporando elementos pop e eletrónicos nas suas canções e revelando Lynn Gunn como uma força inegável da música e dos novos valores a despontar.
2016 foi o ano da grande afirmação dos Pvris nos Estados Unidos da América com a participação em programas de tv de grande audiência e a presença em grandes festivais como o Lollapolooza, ou o Summer Sonic Osaka, entre outros e um grande tour que incluiu aberturas para os Muse e 30 Seconds to Mars.
“All We Know Of Heaven, All We Need Of Hell” ou “AWKOHAWNOH”, o segundo álbum de originais dos Pvris foi lançado em 2017 e gravado numa igreja supostamente assombrada e que se transformou em estúdio.
Uma tournée europeia bem sucedida implantou os Pvris mundialmente ao mesmo tempo que se sucediam os prémios e nomeações para uma banda com boa imprensa.
O ep “Hallucinations” lançado em outubro de 2019 é no fundo o primeiro anúncio do álbum “Use me”, editado na semana passada e adiado por duas vezes, uma devido ao Covid-19 e outra por causa do movimento “Black Lives Matter”.
Lynn com uma forte e hábil presença na net trabalhou estes 2 lançamentos sem descurar quaisquer detalhes de marketing no tempo e medida certa.
2 dias antes do lançamento de “Use me”, Alex Babinski deixou a banda por acusações de assédio sexual, passando os Pvris a ser um duo.
O primeiro single oficial do álbum é “Dead Weight”, acompanhado de um videoclip.
“Use me” é Lynn Gunn a abrir o livro do fundo da sua alma e no seu melhor até ao presente, assumindo de forma corajosa todo o protagonismo. Intensamente pessoal e
introspetivo, “Use Me” cumpre a promessa do EP Hallucinations de 2019, baseando-se ainda mais numa marca de rock eletrónico pop polido e dançante, adequado para fãs
de Billie Eilish ou Twenty One Pilots.
Recheado de Texturas eletrónicas cheias e batidas pulsantes cortesia de JT Daly (K.Flay), Lynn Gunn desenterra fantasmas de um relacionamento confuso, medita sobre a dor e segue em frente de cabeça levantada num ambiente de discoteca.
"Death of Me", é gótico enquanto "Old Wounds" é hipnótico num mix de Weeknd e Florence and the Machine. A contemplativa "January Rain"é um tema melancólico e "Loveless", despojado e acústico.
Não há fraquezas no álbum, trabalhado com mestria e que consegue equilibrar uma produção viciante e um foco temático concentrado.
Tudo fruto da inspiração e respiração de Lynn Gunn.
Usem-na por favor!