Ninho de Cucos
Grouplove - Healer
3 de maio de 2020
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Que maravilha de álbum para uma quarentena mais feliz nos trazem os Grouplove, banda indie de Los Angeles formada em 2009 por por Hannah Hooper voz e teclas, Christian Zucconi voz e guitarra, Daniel Gleadson voz e baixo , Andrew Wessen voz e guitarra e Ryan Rabin bateria e outros instrumentos.
“Healer” o 4º álbum da banda editado há cerca de um mês e que sucede ao excelente “Big Mess” de 2016, inclui onze temas de recuperação ativa e criativa após o grave problema de saúde que Hannah Hooper teve de enfrentar durante este hiato, já que foi diagnosticada com uma mal-formação no cérebro e teve de ser internada durante um longo período.
Eventualmente este é um disco dominado por tal acontecimento dramático e os Grouplove apostam nele todas as fichas, desde logo pela escolha certeira de Dave Sitek (Tv On The Radio, Jane's Addiction, Blondie, Weezer, Bat For Lashes) para a produção.
“Healer” é uma festa, é dança , luz e bem estar e o produtor mostrou, não só competência ao registar toda esta boa vibe e energia da banda, mas igualmente astúcia em não deixar que algum tema ficasse fora de um contexto num álbum que até é bem diversificado e que vai do electropop, ao rock dos 90's, do indie mais cru à pop melodiosa como o comprovam os temas “Deleter”, “The great unknown”, “Youth”, “Places” ou “This is everything”.
Repesca em certa medida o espírito livre dos 2 primeiros trabalhos “Never trust a happy song” e “Spreading rumours”. Ajuda o facto de a banda ter 4 vozes que sabem o que estão a fazer, uma secção rítmica energética e inspirada e muito bons arranjos de teclas e guitarras que nos levam ao melhor dos MGMT, dos Weezer aos Supergrass, de Arcade Fire aos Vampire Weekend.
“Healer” faz vibrar e apetece dançar, é um álbum positivo que fala sobre retirar das nossas vidas aquilo que é tóxico, um disco que nos faz vibrar e que apetece dançar, já agora dentro de casa se faz favor que é o que pede a atual conjuntura. Habituados aos festivais de todo o mundo e a acompanhar artistas como Florence and the Machine ou Imagine Dragons deparam-se como muitos outros com uma clausura forçada. Um dia, quando “isto” passar, talvez os possamos voltar a ver em Portugal e com eles dançar até que seja dia.