Mel de Cicuta
Tempos que mudam… para o mesmo
5 de novembro de 2023
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Guerra. O tempo do momento. Mas ainda é longe e ninguém parece perceber que é perto.
Tem impacto diário na nossa vida em todas as formas. Para além da vertente traumática de ver o meu filho de 7 anos a querer ver todos os telejornais, para além do impacto financeiro, há mesmo pessoas a morrer em todos os continentes por ação da guerra ou de terrorismo.
E assobiamos para o lado, de forma sistémica, há décadas ou até séculos, com o raciocínio de … pode não nos calhar. Temos o mundo de novo a assumir, de forma clara, dois blocos naquilo que já é muito mais do que uma guerra económica.
As bombas estão agora à vista de todos. Mas sempre existiram ao serviço de alguns. Matando de forma sistémica outros.
Na nossa comarca, no nosso Portugal as coisas vão rolando. Com mais carência evidente e com a certeza que, a curto prazo, só pode piorar.
Sou, no entanto, um otimista. Alguém que acredita que é sempre possível fazer mais e melhor. Acredito que a Europa com a sua cultura, ainda que corrompida, tem um papel fundamental na defesa dos valores e dos ideais de uma revolução francesa que tarda em ter efeitos globais e que, se calhar, nunca os vai ter de verdade.
As questões nacionais ainda que nos molestem no dia a dia são, neste contexto, secundárias. Mas não devem deixar de ser uma grande preocupação de quem nos governa.
Na verdade, temos de ir em todas as frentes em busca de uma nova realidade, mais justa, mais certeira. E são muitas a coisas que não conseguimos na plenitude entender. Na saúde, na educação e, hoje claro, na segurança nacional e na segurança global.
Quando não podemos influenciar o mundo, temos pelo menos de influenciar o nosso mundo, aquilo em que realmente podemos ser capazes de ter influência.
Temos de valorizar os valores fundamentais, não abdicar deles e fazer por nós e pelos nossos conterrâneos, todos os dias.
Hoje e sempre pelos valores que nos dão a possibilidade de escolha, da liberdade de opinião, da liberdade de nos associarmos em torno dos projetos em que acreditamos. A liberdade de imprensa é parte fundamental de todo o processo e, também ela, neste momento, a nível global está posta em causa. Os valores da primeira emenda da constituição norte americana.
Na verdade, se calhar é um momento em que tudo é posto em causa. O importante é que depois desta fase venha uma verdadeira bonança. E eu acredito nisso. Posso ser naif, mas acredito de verdade.
Pela nossa saúde, pela nossa vida e dos nossos entes queridos, apesar de tudo é bom viver em Portugal.