Mel de Cicuta
A distância não é esquecimento
6 de fevereiro de 2023
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Cristiano Ronaldo rumou à Arábia, no entanto, não cai no esquecimento, seja pelos críticos, seja pelos apoiantes. Todos se lembram e lembrarão eternamente daquele que é, seguramente, um dos melhores atletas de sempre da história do futebol.
O que parece cair às vezes no esquecimento dos políticos é a real e efetiva conexão com a comunidade e com as populações. Perdemos frequentemente tempo e dinheiro com aquilo que não é verdadeiramente relevante.
O palco da Jornada Mundial da Juventude é um tema sobejamente falado. Mais de 4 milhões num palco que mesmo que não fosse efémero seria no mínimo estúpido.
A desagregação das freguesias volta a ser tema e talvez a participação dos eleitores no referendo de Sacavém e Prior Velho permita entender que quase 90% das pessoas não votaram, significando um profundo distanciamento da população com o tema. Para bom entendedor meia palavra basta mas, neste caso, tratou-se mesmo de quase 90% da população a dizer: "não quero saber disso para nada". Continuam os políticos a querer criar um tema que, para as pessoas, é irrelevante. Gasta-se tempo e dinheiro naquilo que, para a maioria dos portugueses, é inútil. Fará algum sentido reverter a organização administrativa das freguesias? No passado, com esta agregação, já se criou atraso nas decisões e despesas de milhões. Fará sentido voltar tudo para trás? Parece-me que não.
Melhorem as redes de transportes, melhorem o sistema de saúde e de educação, criem redes de apoio mais fortes para idosos e carenciados, criem-se mecanismos de ocupação e aproveitamento dos que saem das universidades e que ainda não encontraram empregos e também dos reformados capacitados e ativos que, por eles, continuavam a trabalhar. Procurem otimizar o que de bom concelho de Loures tem, em particular as suas pessoas.
Sim, o palco tem de ter dignidade mas parem de encher o nosso tempo de antena com um desperdício absurdo e com palha política. Centremo-nos no que é verdadeiramente importante. Vamos ao que importa... vamos procurar melhorar a qualidade de vida das pessoas. É possível fazer melhor.