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Cristina Fialho – Chefe de redação
Cristina Fialho
Chefe de redação

Editorial

Ser feliz e não saber

3 de outubro de 2021
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Ouvi dizer que estamos verdadeiramente felizes quando não queremos que um momento acabe.

Foi num vídeo de youtube em que um professor descobriu que queria lecionar quando teve que fazer pela primeira vez uma apresentação diante dos colegas e, terminada a exposição do seu trabalho, começou a inventar mais coisas para dizerporque estava a gostar de ser ouvido, de explicar, de ensinar em frente da turma.

Assim decidiu que iria seguir a carreira de docência e desde então soube onde era o seu lugar de felicidade.

Era, portanto, o sítio onde ele se encontrava e não queria que o momento terminasse.

Quantas vezes nos esquecemos dos diferentes papéis que desempenhamos na nossa vida porque estamos concentrados apenas num?

Somos absorvidos pela vida profissional e a vida social sofre ausências.

Quantas pessoas se dissolvem na maternidade/paternidade dando origem a novas versões de si próprias?

Ou relações amorosas que absorvem o casal e não deixam espaço para a individualidade de cada um…

Somos frutos de vários universos contidos num só.

Os “gomos” que constituem o nosso eu devem ser nutridos para que todo o “fruto” seja um todo. Saudável.

É impossível quando se é mãe, filha, mulher, amiga, profissional, etc. - tudo ao mesmo tempo, a correr, com e-mails a cair ao mesmo tempo e só com 24h movidos a café nem sempre forte o suficiente.

Depois há o ir arranjar as unhas, ir ao veterinário com o gato, branquear os dentes e ir ao psicólogo porque estamos a dar em loucas mas ah, afinal era tensão pré-menstrual.

Não esquecer do supermercado!

Quer dizer, é de loucos!

A questão é, quando damos por nós a “falhar” com a maioria dos papéis da nossa vida em prol de um só, é esse o papel mais importante da nossa vida? é o que nos faz mais felizes? provavelmente será o que traz dinheiro.

Fica o alerta… se é só pelo dinheiro não vai sobrar tempo para desfrutar do que se ganha, nem companhia para ir de férias.

Essa história de preferir ser infeliz com a conta cheia é só parvo.

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