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Cristina Fialho – Chefe de redação
Cristina Fialho
Chefe de redação

Editorial

Filho da Putin

6 de março de 2022
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Já comecei esta frase 5 vezes e apaguei.

E sim, chamo-lhe mesmo filho-da-mãe porque um ditador sanguinário como este não teve amor na infância.

Está estragado, azedou com falta de mimo e colo que é onde se aprende a bondade.

Queria chamar-vos a atenção para o texto do Ricardo Andrade (página 17) e a perspetiva que apresenta sobre a guerra contra a Ucrânia. Uma visão mais humanista de um conflito que visa os interesses de tudo menos as pessoas.

Fez-me pensar que na situação mais próxima que tive de uma situação de emergência nacional (global), as ruas estavam vazias e as janelas tinham arco-íris.

Não sei o que é uma explosão que não seja de fogo de artifício.

A única diferença entre mim e aquelas pessoas não foi mais do que sorte por ter nascido aqui.

E dou valor ao privilégio que é poder tomar um duche quente todos os dias.

Agora leiam esta última frase outra vez. Respirem. É… não é?

Tenho a mania de personificar, arranjar metáforas e analogias para entender e explicar o que penso.

Neste conflito o Putin é o totó da escola que ninguém gostava, depois cresceu, arranjou amigos rufias e como era o totó esperto agora é o líder. Está obviamente a vingar-se dos anos mal vividos, Mas em vez de tentar uma terapiazinha até ao resto da vida, resolveu ir “brincar” aos soldados e fez birra porque quer a Ucrânia.

Esta poderia ter sido uma conversa com o Ministro da Defesa:

“Vladinho, não podes ter tudo o que queres, já tens a Crimeia, já chega.”,

“Mas eu querooooo, e tenho amigos lá, que também gostam de mim”...

A União Europeia, sem surpreender… impávida e serena. Se calhar estão à espera que a guerra se torne entre os Estados Unidos e a Rússia e eles (nós) ficamos a comer pipocas, a olhar e a recolher os ucranianos que conseguem sair do ringue.

Ou o que se torne numa guerra nuclear, que numa escala de “agradável” a “muito mau” vai até ao nível de “catastrófico” podendo chegar a ser dez vezes pior que Chernobyl, lido agora mesmo no Público.

E por aqui a União Europeia diz: “nós temos o nosso grupo, quem se meter vai ter que se “haver” com todos (e todos os países levantam os punhos com ar pouco convidativo).

Então agora já todos querem fazer parte do gangue: Moldávia, Geórgia…

Isto não tem nada para correr bem.

Não se pode decidir com referendo? Não dá para ficar só assim? Como estava?

Senhores, mandem um drone, acabem já com ele.

É que a moda é cíclica… será que a história também é?

Desejo toda a força e esperança a todos os Ucranianos e às suas famílias.

Peço a todos que ajudem, se puderem, sem esquecer que muitas famílias trouxeram os seus animais que também precisam de comida.

No site da CMLoures há uma lista de todos os pontos de recolha.

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