Saúde
O cancro da pele
4 de junho de 2019
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O sol é fonte de energia e bem-estar e contribui para a homeostasia da vitamina D no nosso organismo. Contudo, a exposição solar também pode acarretar problemas se não for feita com moderação, como acontece no caso do cancro da pele.
A incidência desta doença tem vindo a aumentar desde meados dos anos 60. O sol é o principal fator externo responsável, contribuindo para cerca de 90% dos casos, o que permite concluir que pessoas com elevados níveis de exposição solar ao longo da vida apresentam maior risco de desenvolver cancro de pele, como é o caso dos trabalhadores rurais, trabalhadores da construção civil, etc.
O cancro da pele tem elevadas taxas de cura se for diagnosticado e tratado em fases iniciais, pelo que o seu reconhecimento, através da autovigilância é essencial.
Existem vários tipos de cancro da pele, mas os mais frequentes são o basalioma, o carcinoma espinocelular e o melanoma.
Como posso então identificar sinais suspeitos de cancro da pele?
- Deverá fazer uma avaliação da sua pele, com ajuda de um espelho de corpo inteiro, três a quatro vezes por ano.
- Comece pelo couro cabeludo, sobretudo em zonas mais expostas ao sol;
- Depois examine a face, os olhos, os lábios, a cavidade oral, as orelhas e o pescoço;
- Examine os braços e axila;
- Avalie o peito (as mulheres devem procurar nas áreas entre e debaixo dos seios);
- Avalie as mãos de ambos os lados e entre os dedos;
- Avalie as costas e as pernas;
- Por fim, preste atenção aos pés, de ambos os lados e entre os dedos. E não esquecer as unhas.
É importante conhecer a sua pele e os seus sinais, para saber quando apareceu um sinal de novo.
Quando devo ficar alerta?
Quando um sinal:
- É diferente de todos os outros (sinal do patinho feio);
- É assimétrico;
- Tem contornos irregulares;
- Tem várias cores;
- Tem mais de 6mm;
- Aumenta no tamanho, cor ou forma;
- Pareça diferente dos outros;
- Sangra ou deita líquido;
- É áspero ou descamativo;
- É um nódulo rosado, que cresce progressivamente;
- Forma uma ferida que não sara;
- Risca castanha ou preta sobre a unha.
Se reconhecer algum dos sinais de alerta, não hesite e marque uma consulta com o seu médico de Medicina Geral e Familiar.
Como o ideal é prevenir, aplique todos os dias nas áreas expostas (face, pescoço, braços, orelhas) protetor solar com fator de proteção solar (FPS) de 30 ou superior. A eficácia do protetor solar só está assegurada 30 minutos após a aplicação, pelo que o produto deve ser aplicado mesmo antes de sair de casa e a cada 2h.
Nas atividades ao ar livre, use preferencialmente chapéu de abas largas (para proteger as orelhas) e nunca esqueça dos óculos de sol.
Evite exposição solar direta nas horas de maior risco (11h-17h).
E não se esqueça, o sol não está presente apenas na praia, mas também na neve, montanha e quando está nevoeiro, pelo que a proteção nessas circunstâncias deve ser incentivada.
As crianças até aos 2 anos de idade não devem sofrer exposição solar direta, sendo os protetores solares minerais os mais adequados a estas faixas etárias.
Se ficou com alguma dúvida, fale com o seu médico, que terá todo o gosto em esclarecê-lo!
Catarina Ornelas, Soraia Branco, Diana Rocha, Marta Fabião, Carolina Marques
Médicas internas de Medicina Geral e Familiar da USF Magnólia
ACeS Loures Odivelas