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Opinião de António Monteiro Fernandes

Dezembro: o Fim? Ou o Início? O Coração “Manjedoura”!

11 de dezembro de 2024
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Estamos em Dezembro... é, tradicionalmente, um mês de “loucos”!
Neste último mês do ano, seja por motivos sociais, familiares ou profissionais, andamos sempre numa azáfama abismal, temos “n” convívios de Natal com amigos, colegas e familiares, compras de presentes para os nossos e mais alguns, objetivos profissionais para cumprir em todo o tipo de indicadores... ficamos sempre com a sensação que precisamos de vários “dezembros” para conseguirmos chegar a todas estas solicitações.
O caro Leitor já se apercebeu que, no mês em que celebramos o “Início” mais parece que vivemos o “Fim” de tudo? Convido-o a refletir sobre este paradoxo!
Responda a esta questão em menos de um segundo: “Diga uma palavra relacionada com o mês de dezembro.” Arrisco-me a dizer que a resposta foi “Natal”... Surge da fusão do substantivo natus (nascimento) com o sufixo -alis. Natalis – “Relativo ao Nascimento”.
O que é o nascimento, senão o início de tudo?... Se estamos a celebrar o início de tudo, porque será que parece que tudo vai terminar?
É com base nesta reflexão que lhe proponho um desafio: Vamos tornar o nosso Coração numa “Manjedoura” de modo a acolhermos Aquele que vai nascer!
Porquê numa manjedoura?
Vejamos: quais são os adjetivos que nos ocorrem ao imaginarmos uma manjedoura? Local “simples”, “humilde”, “frágil” e “vulnerável”. Se pensarmos na manjedoura que viu o Menino Jesus nascer, lembramo-nos de palavras como “acolhimento”, visualizamos como as paredes daquele estábulo “protegeram” o Menino e os seus vulneráveis Pais (Maria e José), como os animais os “aqueceram”, como aquela palha lhes deu “conforto”.
O Natal é um tempo de celebração, reflexão e renovação. No meio de tantas festas, compras e objetivos profissionais, somos convidados a revisitar a simplicidade e a profundidade do nascimento de Jesus, numa manjedoura. Este cenário humilde ensina-nos que o verdadeiro Natal acontece no coração.
Vamos transformar o nosso coração, mesmo sabendo-o “frágil” e “vulnerável”, tornando-o “simples”, “humilde”, capaz de “acolher” este Menino Jesus, personificado no nosso Familiar que tem uma doença e precisa de companhia e conforto, no sem-abrigo que daria a vida por umas migalhas, no nosso colega de trabalho que, em silêncio, luta com problemas pessoais. É hora de deixarmos de lado o orgulho e a indiferença, para que possamos acolher todos estes “Jesus” na nossa “Manjedoura”, um espaço de acolhimento e paz!
Em suma, termos um Coração “Manjedoura” é vivermos o que Jesus nos ensinou: Amar o próximo como a nós mesmos. Neste Natal, que nossos corações sejam a manjedoura onde o amor e a esperança renasçam, iluminando não apenas nossas vidas, mas também as vidas daqueles que nos cercam. Que cada gesto de bondade possa ser uma oferenda na eterna busca por um mundo mais justo e fraterno.
A todos um Santo Natal!

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