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Entrevistas

Carlos Teixeira - Cooperativa A Sacavenense

Há canoagem no Trancão

1 de outubro de 2022
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Carlos Teixeira é natural de Sacavém e esteve sempre ligado ao movimento associativo. Neste momento, é membro da Assembleia Geral da Cooperativa A Sacavenense e, entre outras funções, responsável do clube náutico, no Trancão, em Sacavém.

Quais as suas funções na Cooperativa A Sacavenense ?
A minha função na Cooperativa é fazer a programação cultural, controlar a parte de obras, quer do edifício sede, quer de um outro edifício que temos, e orientar o ressurgimento do nosso centro náutico. Depois, claro dou ajuda em tudo que é necessário.

Quais são os principais objetivos da cooperativa A Sacavenense?
A Cooperativa é o polo cultural da zona Oriental do concelho de Loures, pela diversidade que tem de modalidades. Temos vários estilos de dança e artes marciais, teatro e ainda um grande grupo de artistas plásticos, escultores, ceramistas entre outras coisas. Tudo isto funciona na sede. Aqui junto ao Trancão temos um centro náutico, onde temos feito um grande investimento.

Que tipo de investimento têm feito?
Nesta zona mais de uma dezena de milhar de euros. Comprámos caiaques, recuperámos patrimonialmente o espaço, e estamos, por exemplo, à procura de comprar oito canoas a Mértola. Investimos quer na parte lúdica, quer na parte de competição. Estamos a pensar numa forma de começar a competição. Já temos dois atletas que a partir de janeiro vão competir, em juniores e esperanças. O nosso treinador é o Fábio Cameira, um atleta e um técnico de alto nível.

E a parte lúdica, como funciona?
Desde crianças até aos 80 anos, ou mais. Desde curiosos a ex-atletas, todos aqui vêm para se divertir. Fazer canoagem por gosto, outros para treinar… alguns irão para a parte competitiva logo a partir dos seis anos.

Trabalham com as escolas?
Queremos fazer uma parceria com as escolas.
Mas temos uma dificuldade: a canoagem está sempre sujeita às marés. Só temos duas meias diárias: uma durante o dia e outra noturna e, por isso, temos alguma dificuldade numa definição rigorosa de horários. Mas criamos eventos que contam com as escolas.

Que tipo de relação têm com a CM Loures?
Excelente. Já abrimos a semana Europeia do Desporto e vamos ter aqui várias iniciativas com crianças com deficiências, vamos ter sessões abertas e atividades com envolvência da Câmara Municipal e da Federação. A relação vai evoluindo. Claro que não podemos dar passos enormes que depois não consigamos acompanhar. A Câmara, por exemplo, reparou a rampa de acesso ao rio que de inverno foi destruída. Para o futuro, a Câmara terá de pensar em fazer instalações náuticas talvez do lado de lá na Bobadela, pois aqui o espaço é exíguo.

Esta zona é boa para a prática da canoagem e para caiaques?
Segundo o que dizem os entendidos e os técnicos, na zona do Tejo é o único braço de rio que existe com condições para canoagem. O rio não tem grandes mutações e desde Unhos até à foz do Tejo temos um percurso de cerca de 10 quilómetros de ida e volta. Quando está meia maré ou maré cheia pode terminar no rio Tejo. São condições excelentes.
Temos tido aqui grandes atletas: o Carlos Pimenta foi um deles. Passou por aqui muitas vezes, quando estava em Lisboa. Temos atletas de todo o lado. Temos atletas residentes no centro náutico para os seus treinos regulares. É uma localização excelente para fazer caiaque ou canoagem.

Há envolvimento com a comunidade local?
As pessoas estão a regressar ao rio e acredito que cada vez mais. Existe um projeto que está a ser desenvolvido pela Câmara. O Presidente Ricardo Leão teve aqui uma grande reunião com técnicos e já está a ser desenvolvido um projeto ribeirinho. Esta zona vai ser completamente alterada. Para ser mais apetitosa e mais atrativa para que as pessoas voltem novamente ao rio.

A curto prazo, qual é a expetativa para este projeto?
Vai haver um regresso gradativo de muita gente a esta zona ribeirinha e as pessoas poderem tomar contacto com o rio de forma lúdica. Outro aspeto é o lançamento da atividade de competição. Os jovens com vontade de entrar na competição, poderão entrar. E aqui, miúdos com capacidade e vontade de competir, serão acarinhados. Até porque a parte técnica já está assegurada. E claro, dar lugar à inclusão, como já fazemos. Pretendemos ainda manter a excelente relação com a Junta de Sacavém e Prior Velho que está totalmente ligada a isto, e fortalecer laços com as freguesias ribeirinhas de Santa Iria, São João da Talha e Bobadela, a Camarate, Unhos e Apelação.
Com o conjunto de obras que a Câmara tem programadas fazer aqui no centro náutico e a recuperação que temos vindo a fazer, teremos um espaço ótimo. Estes contentores vão todos ser recuperados e pintados com uma tinta especial com colaboração da Dyrup. Aqui existe também a volta dos Caminhos de Santiago, dando passagem a muitos peregrinos. Esta zona faz ainda parte da rota Saramago. Com a Jornada Mundial da Juventude e as obras no Parque das Nações, estão reunidas as condições para termos um espaço de excelência aqui em Sacavém.

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