Anuncie connosco
Pub
Opinião
Rui Rego – Advogado
Rui Rego
Advogado

Opinião de Rui Jorge Rego

HERÓIS... NOBRE POVO

4 de agosto de 2020
Partilhar

Henrique Lopes Mendonça, autor D’a Portuguesa, intitulou os Portugueses de Heróis do Mar, nobre povo, nação valente e imortal.

Confrontados internamente com o SARS – COV – 2 (Covid 19), os heróis uniram-se, e Portugal demonstrou ao mundo a sua força e capacidade, ainda que, com as costumadas dúvidas sobre os números oficiais, quer de infetados, quer de mortos.

Respondendo ao chamamento, a população confinou-se e veio para a janela aplaudir os profissionais de saúde, as forças de segurança, os transportadores de bens essenciais que garantiram que, não obstante o comportamento irresponsável de muitos, nada faltasse às famílias, os cantoneiros, e todas as outras profissões que garantiram que, em fase de confinamento a essencialidade se mantivesse à tona de água.

As empresas essas – algumas delas, é claro – reinventaram-se e, num passe de mágica adaptaram a sua produção às novas necessidades, para que não nos faltasse álcool gel, máscaras, viseiras e demais material de proteção necessário à contenção deste inimigo invisível (vou aqui deixar de fora alguns Srs. Empresários que decidiram explorar o medo).

Passada a fase inicial entramos na fase do de desconfinamento e as empresas e os empresários tentam voltar à normalidade.

E a pergunta que se coloca é: Qual normalidade?

Os Inquéritos levados a cabo desde o início da pandemia, mostram à saciedade que as empresas portuguesas, na sua maioria, recorreram a financiamentos, deferiram o pagamento de impostos, recorreram a Lay off.

Por isso, muitas das empresas irão retomar a sua atividade, com tesouraria insuficiente, resultante da paragem e / ou da inatividade, para pagamento de fornecedores e salários, compromissos aos quais acrescerão as dívidas agora acumuladas.

A que acresce a incerteza sobre o futuro da atividade, incluindo a hipótese de ter que voltar a encerrar!

Poucos serão os gestores que sabem como os mercados se irão comportar. O confinamento trouxe novos hábitos de consumo, nasceram novas profissões e outras tendem a desaparecer.

Muitos serão os que irão falhar previsões, errar nos diagnósticos, e muitos não terão segunda hipótese!

Os mercados internacionais vão alterar-se, e com eles o fluxo das exportações, vitais para o nosso crescimento económico.

Cada um de nós, terá que decidir o que fazer, sabendo, como sabemos, que as empresas e os empresários terão que assumir agora, a responsabilidade de manutenção dos postos de trabalho existentes, o pagamento das dívidas contraídas, e o relançamento da economia que irá certamente entrar em crise profunda.

E ainda teremos que encontrar formas de financiamento, e eventualmente mais endividamento para operar a transformação digital que nos entrou pelas portas a dentro, quer através da aquisição de novos meios informáticos, quer através do investimento em formação profissional para reconverter a força laboral, sem dúvida o maior ativo das empresas.

É pois hora de irmos à Janela aplaudir os empresários e os empreendedores!

Última edição

Opinião