Opinião de Ricardo Andrade
Esquecer e não adormecer!!
9 de julho de 2019
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Aquecem-se os motores para as Eleições Legislativas, sucedem-se as notícias acerca dos elencos que cada partido vai apresentar, debatem-se as possíveis estratégias eleitorais, opina-se sobre qual será a composição do nosso futuro parlamento.
Muitos factos e inúmeras conjeturas acerca dos protagonistas.
Mas será tudo isso o que realmente interessa?
Serão mesmo estes inputs o que interessa às pessoas? Serão mesmo estes faits divers o relevante para o eleitor que procura tomar as suas decisões acerca do seu futuro e do seu país?
Sempre que penso em tudo isto chego à conclusão de que perdemos demasiado tempo com o que nem sempre é tão importante. Sinto que todo o debate está a léguas de distância daquilo que deveria ser o foco essencial numa disputa eleitoral pelo futuro das gerações atuais e futuras.
Onde estão os debates de ideias? Onde estão os projetos? Onde estão as agendas mobilizadoras de toda uma sociedade?
Quantos eleitores estarão a ser verdadeiramente esclarecidos antes de depositarem o seu voto na urna?
Infelizmente a história recente demonstra que se prefere falar do acessório ao invés de procurar um explanar de ideias efetivamente relevantes para todos.
E não, não basta dizer-se que são os políticos que estão errados, na medida em que cabe às populações exercer o seu direito de voto e buscar mudar. Não basta dizer que não existe identificação entre eleitos e eleitores visto serem os segundos a dever fazer valer os seus direitos e a exigir responsabilidades aos primeiros. Não chega apenas fazer-se um discurso apontando erros sem querer ser parte da solução.
Estamos, na minha ótica, num momento essencial para o que será o futuro do sistema político enquanto tal e da forma como o conhecemos mas também como o encaramos e como sabemos exigir responsabilidades a todos quantos nele participam e influem.
Estamos e devemos ficar no hoje aprendendo com o ontem e preparando o amanhã. Por isso não desperdicemos nem um segundo e tenhamos coragem de ser parte da mudança exigindo de uns e outros tudo quanto devemos mas acima de tudo reivindicando durante os próximos meses de campanha que esta sirva para esclarecer e não para adormecer.