Opinião de Ricardo Andrade
E agora Loures?
10 de março de 2020
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Como bem sabem muitos dos que gastam alguns minutos a ler estas linhas que vou escrevendo neste espaço, sou daqueles que assume clara e frontalmente não apenas o seu gosto pela política mas também a atenção e preocupação com muito do que vai acontecendo no dia a dia neste nosso município de Loures.
Mas obviamente que esse meu gosto, atenção e preocupação faz com que os meus olhos e ouvidos não estejam apenas focados na nossa terra mas também no que se vai passando nos concelhos e limítrofes e um pouco por todo o país e pelo mundo.
Pensar em Loures, nos dias de hoje, como pensar em qualquer lugar, tem de ser algo de macro e não apenas um mecanismo micro onde só olhamos para pequenos aspetos e não para o quadro geral. Pensar em Loures, num momento em que o mundo é uma enorme aldeia global, tem de ser feito de forma abrangente e não redutora.
Pensar em Loures, nesta realidade de permanente evolução tecnológica e de mentalidades, apenas pode ser tido como consequente se suportado por um espírito crítico e construtivo. E é neste contexto que olhar para o Loures de 2020 causa tristeza.
É neste cenário que olhar para o Loures de 2020 causa consternação. É neste registo que olhar para o Loures de 2020 provoca até alguma revolta. Porque à nossa volta, a modernidade entra pelos olhos dentro. Porque ao nosso redor, as melhorias de qualidade de vida são evidentes. Porque fora dos nossos limites territoriais, os outros evoluem. E nós? E Loures? E esta terra de potencial imenso? Bom... nós... Loures... marca passo, não se suplanta, não deixa marca visível e assinalável, não devolve às suas gentes o que eles dão a Loures, não passa dos “distritais” para a “Champions”.
E aqueles que nos colocaram onde estamos hoje? E aqueles que colocaram Loures numa camisa de forças ideológica? E aqueles que tiveram até hoje o poder de mudar a face do nosso Concelho para melhor e não o fizeram ? Bem... esses... o Partido Comunista e o Partido Socialista... continuam a achar que o caminho é o mesmo de sempre, continuam a pensar que são os DDL (Donos de Loures), continuam a agir pela máxima de que “ Com papas e bolos se enganam os tolos”, continuam a ser a personificação do “ Bem prega Frei Tomás, olha para o que ele diz mas não para o que ele faz”, continuam a puxar Loures para baixo não libertando o município e não o deixando voar. Loures ainda tem tudo para ser tudo. Mas segue como uma terra com o futuro adiado.
Loures ainda tem dos melhores “plantéis” da “Primeira Liga”. Mas não sai da “Liga dos Últimos”. O metro passa longe enquanto os mesmos de sempre assobiam para o lado. O comboio não chega à estação enquanto os mesmo de sempre iludem a população.
E o tempo? Esse perde-se! Esse escoa! Esse escapa-nos (enquanto Concelho) entre os dedos! Ontem já era tarde para mudar. Hoje já não vai a horas. Amanhã já demora muito a chegar. Por isso precisamos de novas soluções. Por isso precisamos de ar fresco. Por isso precisamos do que ainda não tivemos.
A todo o custo? Seja quem fôr? Não! Claro que não! Do mesmo modo que a culpa não pode morrer solteira, também o peso de uma nova era e de uma nova forma de fazer as coisas não pode ficar numas quaisquer mãos. Da mesma forma que fazemos escolhas fundamentais nas nossas vidas de forma pensada e responsável também devemos buscar conteúdo sólido e estruturado para o futuro de Loures e dos Lourenses e não irmos em “canções do bandido” ou “cantos de sereia”! Dizer mal não basta.
Populismos não são solução. Palavras bonitas e chamativas não chegam. Porque se não entrarmos rapidamente nos eixos daremos por nós a pensar mais uma vez: - “ E agora Loures”?