A opinião de Ricardo Andrade
Bailes de Verão
31 de agosto de 2018
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Finda o verão, terminam as férias para milhares de portugueses, acaba o “matar saudades” da “terra-mãe” para muitos e muitos imigrantes que, ano após ano, fazem questão de não perder a sua ligação à pátria.
Deixamos de ver as matrículas estrangeiras a inundar as estradas nacionais, de ouvir a nossa língua com uma pronúncia diferente (que não a brasileira) e entre palavras alemãs, francesas ou outras que tais. Deixamos de ver o interior a ser temporariamente repovoado e velhas amizades a encontrarem-se revivendo as memórias de infância... dos que ficaram e dos que partiram.
Termina a “silly season” na informação nacional. Acaba a época das festas e festarolas (mais ou menos, pois em Concelhos como Loures essas nunca podem acabar enquanto o objetivo for apostar no show off e não em medidas estruturantes imensamente necessárias para termos um município moderno).
Confesso que sou daqueles que adora estar a trabalhar enquanto decorrem os períodos de férias da maioria das pessoas e assistir a todos os pormenores do que aqui fui relatando nestas linhas.
E também admito que, para mim, um dos grandes desafios do verão começa quando ele termina. O desafio de termos tudo para não apenas voltar à normalidade mas, acima de tudo, para ter as baterias recarregadas de maneira a que consigamos fazer mais e melhor por aqueles que confiam naqueles que gerem o bem público.
Para quem, como eu, tem funções (não executivas é certo mas nem por isso menos importantes como alguns tentam fazer crer ao maltratar muitos dos autarcas não executivos do município de Loures) públicas, o desafio deve ser estar com cada vez mais força e procurar ter cada vez mais vontade de lutar por aquilo em que se acredita. Para quem se candidatou e assumiu certas obrigações (tão importantes como os direitos) a postura deve ser de nunca se acomodar nem aceitar um autismo político, infelizmente tão bem conhecido no nosso país e nesta nossa terra. Para quem deu a cara por ideias, valores e princípios, o futuro só deve e pode ser carregado de uma firme vontade de estar sempre ao lado daqueles que realmente importam que são todos os portugueses no geral e no caso particular deste que vos escreve... de todos os lourenses.
Por tudo isso e por mais inúmeras razões ainda... entremos com força na antevisão do último trimestre de 2018 e, no meu caso, com a vontade de que, em Loures, com a época estival tenha acabado mesmo o “baile de verão”!