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Ricardo Andrade – Comissário de Bordo
Ricardo Andrade
Comissário de Bordo

Opinião de Ricardo Andrade

Assembleia Municipal de Loures 2017

8 de janeiro de 2018
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Nas linhas que aqui escrevi na edição de novembro chamei a atenção para as alterações na composição da Assembleia Municipal de Loures e para a forma como esse novo figurino poderia influenciar o xadrez político.

Decorridas já algumas reuniões do órgão fiscalizador e deliberativo por excelência do Concelho de Loures, já se torna evidente que as notas que tinha partilhado se vieram a comprovar e que este mandato autárquico em Loures não é uma reprodução do anterior. É agora mais claro que a Assembleia, até ao momento, não tem e não irá, previsivelmente, funcionar como uma “caixa de ressonância” das vontades do executivo comunista na Câmara Municipal, como aconteceu na maioria das vezes no mandato anterior. Fica agora mais evidente que o debate político se fará também muito na Assembleia Municipal de Loures, reclamando para esta a importância que alguns lhe quiseram retirar nos últimos anos.

Várias moções aprovadas contra a vontade comunista, uma postura manifestamente dura por parte a bancada da CDU quando as suas posições doutrinais não vingam no hemiciclo, ou uma atitude por parte do executivo camarário de não responder à totalidade das perguntas feitas por algumas bancadas (como a do PPD/PSD) são apenas alguns indicadores do desconforto por parte do PCP quanto à nova realidade na Assembleia Municipal de Loures. E nem o apoio do CDS/PP e do PAN (que votaram favoravelmente ao Orçamento para 2018) consegue dar mais conforto a uma força política (CDU), que não entendeu ainda que não pode ter uma postura autista nem altiva numa conjuntura onde não tem a maioria na Assembleia Municipal.

Os deputados municipais do PPD/PSD tiveram, até agora, a coragem de levar, ao Palácio dos Marqueses da Praia (sede da Assembleia Municipal), não apenas matérias que tinham colocado no seu programa e que se prendiam com o funcionamento do órgão de que fazem parte, mas também outras que se relacionam com a luta pela liberdade e pela dignidade dos povos, fora e dentro dos limites do território nacional. A isto respondeu o PCP com silêncio no debate (mas uma postura de chumbo na votação), levando a que fosse levado de vencido por uma Assembleia plural mas defensora de direitos, liberdades e garantias inalienáveis. Como diria um amigo meu:”Isto promete”!

Direi eu que ainda “a procissão vai no adro” e que o futuro da Assembleia Municipal de Loures será o que a maioria dos deputados municipais quiser e não o que outros órgãos pretendam.

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