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Ricardo Andrade – Comissário de Bordo
Ricardo Andrade
Comissário de Bordo

Opinião de Ricardo Andrade

Agora PSD?

3 de dezembro de 2021
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Os últimos meses foram, em termos políticos, imensamente ricos de factos, ocorrências, casos e casinhos. Foram tempos em que as manchetes dos jornais estiveram pejadas de situações que em pouco dignificam quer a classe politica portuguesa quer os cidadãos que, passivamente, assistem ao que muitas vezes se chama a decadência das instituições.

Obviamente que no meio de tudo isto teremos que referir, quer a polémica com a líder do PAN relativamente à sua coerência ideológica, quer a luta intestina com atitudes de “faca e alguidar” dentro do CDS-PP ou ainda o processo eleitoral forçado no CHEGA em virtude de exigências legais.

Mas além destes últimos dois processos eleitorais ( ou no caso do CDS-PP, não-processo ), foi a disputa interna no PSD aquela que mais mediatismo teve e que mais visibilidade conseguiu obter no espaço público nacional. Uma luta entre duas personalidades muito diferentes, com visões convergentes em alguns aspectos mas bastante díspares em outros tantos. Uma contenda não apenas entre Rio e Rangel mas também entre formas de perspectivar a estratégia eleitoral futura do PPD/PSD.

Durante semanas a fio pudemos ver e ouvir Rui Rio e Paulo Rangel discorrendo sobre o que pensavam para o PSD mas acima de tudo para o país. Estilos diferentes, formas distintas de se expressarem mas, penso eu, um sentido de responsabilidade equivalente e uma vontade igual de fazer diferente da actual governação socialista “ a la geringonça” nos últimos 6 anos. Um debate objectivo e bastante dignificante ( apesar de alguns episódios de tratamento menos cordato ) foi o que pudemos registar por parte de ambos os candidatos a Presidente do PSD e a candidatos a Primeiro-Ministro de Portugal.

Infelizmente e como sabemos, na vida, na política e nos processos eleitorais, nem tudo são rosas ( ou laranjas neste caso ) e nos últimos dias da disputa interna no PSD, pudemos assistir a alguns extremares de palavras e até ataques pessoais e tomadas de posição demasiadamente maniqueístas por parte de apoiantes de uma das candidaturas que referi sendo que, felizmente, pouco disso passou para fora da “bolha social-democrata”.

O que sai das eleições de 27 de Novembro é um principal Partido da oposição com a sua liderança legitimada e com todas as condições para atacar o acto eleitoral nacional de 30 de Janeiro procurando convencer os portugueses de que o seu projecto é a alternativa credível à governação dos últimos anos.

Agora é tempo de o PSD falar única e exclusivamente para os portugueses apresentando as suas linhas mestras e quais as razões que levam a que as suas ideias e visões para o país sejam aquelas que melhor servem este nosso cantinho à beira-mar plantado.

Agora é tempo de colocar o foco nas ideias e nos protagonistas para as desenvolver.

Agora é tempo de colocar Primeiro Portugal.

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