Opinião de João Pedro Domingues
E o que fica para lá da JMJ?
5 de agosto de 2023
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Quando escrevo estas brevíssimas linhas, ou melhor, quando o Notícias de Loures sair, provavelmente já terminaram as JMJ. E eu, como toda a gente, ou quase toda a gente (porque há sempre quem seja do contra), anseia para que a mesma corra, ou tenha já corrido, da melhor maneira possível, e com a graça de Deus.
Já em fevereiro tinha escrito que, com a vinda de Sua Santidade, se tinha conseguido um milagre. Finalmente, e após muito trabalho, os contentores, os sete pisos de contentores, iriam sair daquele local, transitando ainda não se sabe bem para onde. Seria uma saída faseada, é certo, mas iria permitir à população o usufruto de um plano de água tão importante naquela zona de Loures.
A tão reclamada ligação à frente ribeirinha iria finalmente acontecer.
Loures tinha destinado 10 milhões de euros para este evento, para a modelação de terreno, as drenagens necessárias, as passagens hidráulicas e respetivos acessos ao local. Mas, como o Presidente da Câmara já afirmou, não será necessário mobilizar a totalidade da verba, fruto de um planeamento bem feito.
Olhando para o futuro, e após a partida do Papa, o que fica? Como pode a zona oriental do concelho beneficiar desta infraestrutura existente no seu território?
Fica o futuro Parque Verde de Loures. Um Parque Verde com cerca de 35 hectares. Um Parque que promoverá a biodiversidade e a sustentabilidade. Um Parque onde serão plantadas cerca de 600 árvores.
A construção deste Parque contará com um investimento do Governo de 3.5 milhões euros, sendo o restante montante necessário, suportado pelo orçamento municipal, de modo que esta zona possa ser dotada de um espaço multiusos, capaz de acolher grandes eventos musicais e culturais.
Serão construídos parques de estacionamento, zonas de skate e padel e parque infantil, para além de espaços de restauração, de modo a criar vida e a tornar sustentável aquela área, que deverá funcionar como área de descompressão, devidamente requalificada, na continuidade do Parque das Nações, que em parte já foi território de Loures.
De referir que este Parque será regado com água reaproveitada da Estação de Beirolas e disporá de um sistema de rega inteligente, não criando consumos de água desnecessários.
Convém também não esquecer o passeio da frente ribeirinha, o designado passadiço, que complementará aquela zona e permitirá uma fruição fantástica de 7 quilómetros junto ao rio. Para isso, e a breve prazo, irão ser construídos acessos ao mesmo, permitindo que a população de São João da Talha e Bobadela a ele possam aceder, sem terem de se deslocar a Sacavém ou Santa Iria de Azóia.
A zona oriental irá ainda beneficiar de uma infraestrutura que, não estando diretamente relacionada com a JMJ, será muito importante e fulcral para todos. A saída da A1 em São João da Talha, que já se encontra em projeto de execução. Uma necessidade há muito sentida pela população e que irá, finalmente, ser uma realidade.
E, no fim da Jornada e da partida do Papa, cumpre-se o sonho de António Costa, por intermédio de Ricardo Leão. A requalificação de toda a zona ficará consolidada.
Que continue o bom trabalho é o que a população deseja.