Gastronomia
GASTRONO.MINHAS
20 de setembro de 2020
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Este mês trago a esta página algo diferente.
Pelo que, não vou falar-vos, como habitualmente, de nenhum estabelecimento de restauração da área territorial do município.
Isto, porque quero assinalar convosco - ainda que com algum atraso - a passagem do primeiro aniversário de colaboração com o Notícias de Loures.
Tem sido um privilégio poder dar-vos a conhecer alguns dos restaurantes do concelho que, na minha opinião, conseguem espelhar a riqueza da gastronomia local, apresentando de forma aberta e sem pretensiosismos o que de mais rico se pode comer na nossa terra.
Estas rubricas, direcionadas a divulgar objetivamente os operadores locais, são apenas uma das vertentes de um projeto pessoal, que tenho vindo a desenvolver, e que retrata a minha paixão pela gastronomia, - na confeção e degustação -, em ligação com o gosto pela fotografia.
Falo-vos do gastrono.minhas. Um conceito que apresento nas redes sociais facebook e instagram e que, para além de replicar os artigos mensais do Notícias de Loures, pretende mostrar com regularidade, algumas das especialidades que vou cozinhando em casa, bem como, provando aqui e ali, e que considero graficamente dignas de partilha, nalguns casos acompanhados de alguma “estória”.
Isto porque é um redobrado prazer, deliciarmo-nos com uma comida bem confecionada e podermos fotografá-la, levando-a “quase” ao palato de quem nos visualiza.
Acresce que, quando nos encontramos de férias, temos mais tempo para exercitar as nossas artes culinárias e apurar as nossas competências.
Ora, à data que vos escrevo, como me encontro na ponta mais a norte do litoral alentejano, quero partilhar convosco, um prato, dos que melhor representa a cozinha desta região e que muito prazer me dá cozinhar. A sopa de cação.
A história do cação no Alentejo explica-se com uma simplicidade quase romântica, assente na distância do interior alentejano à costa, e que impedia o peixe fresco de chegar com a qualidade que hoje em dia conhecemos.
Dessa forma, apenas algumas espécies mais resistentes - como este primo do tubarão, - aguentavam a viagem de vários dias até ao Alentejo mais recôndito, apenas acondicionado em sal.
Ora, o laborioso e pouco abastado Povo Alentejano estaria, desta forma, a oferecer ao Mundo, sem saber, um dos pratos mais famosos da sua rica gastronomia.
Pois, ao juntar os coentros e o alho, potenciou o sabor "mais intenso" do cação já com alguns dias de viagem.
É este o segredo desta especialidade.
Cação fresco à posta, ( e não tintureira congelada ) com algum tempo no sal e muito alho e muitos coentros.
Depois, o resto, é ao gosto e mão de cada um.
Foi isso que preparei este mês para partilhar convosco.
Esta e outras especialidades estarão sempre disponíveis no gastrono.minhas.