Ninho de Cucos
Beach House – 7
2 de junho de 2018
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Um dos projetos indie pop, na sua vertente espacial e etérea, mais aclamados e reconhecidos deste século dá pelo nome de Beach House.
O duo, formado em 2004 e originário de Baltimore, no estado do Maryland dos Estados Unidos da América é constituído por Victoria Legrand e Alex Scally que desde sempre revelaram um interesse grande pelas melodias hipnóticas, o dream pop e as formas simples das canções baseadas em guitarras, voz e caixas de ritmos básicas.
É nesta base que escrevem os seus primeiros temas muito personalizados pela voz aveludada de Victoria Legrand, à Nico e Mazzy Star e que nascem os dois primeiros álbuns, o auto-intitulado “Beach House” em 2006 e “Devotion” em 2008, ambos gravados para a editora Carpark Records, subsidiária da Universal.
A mudança de editora para a referencial SubPop, coincide com um apuro e refinamento sonoro mais cristalino e polido dos álbuns seguintes, a saber: “Teen Dream” em 2010 e “Bloom” em 2012, essenciais para o crescimento internacional dos Beach House e desde essa altura, banda integrante do alinhamento dos principais festivais de música pop rock em todo o mundo.
Em 2015 os Beach House lançam 2 álbuns, “Depression Cherry” e “Thank Your Lucky Stars”, nos quais se nota a intenção de escapadela às zonas de maior conforto da banda, ora despindo ora introduzindo novos elementos na sua música, sem que tal signifique abandono da matriz sonora e estética base.
No mês passado, os Beach House lançaram “7”, precisamente o sétimo álbum de originais com algumas mudanças no método de trabalho, a começar pelo produtor, Sonic Boom dos brilhantes Spacemen 3, de meados de 80, em vez do habitual Chris Coady dos trabalhos anteriores. Levaram também para estúdio o baterista e gravaram os temas à medida que os foram criando ao invés de esperar até ter todos para gravar de uma vez.
Esta liberdade confere a “7” uma paleta sonora bem mais diversificada e recheada de contrastes que se acentuam na sobreposição de temas como o caso logo a abrir da passagem de “Dark Spring” para “Pay No Mind”. Este efeito repete-se com sucesso no disco.
Victoria e Alex, como sempre compositores de todos os temas, libertam-se das programações simplistas das caixas de ritmos dos primeiros álbuns e apoiados na orgânica de um baterista e nas ideias de Sonic Boom que trabalhou com Panda Bear e MGMT, surgem mais pesados, viscerais e negros que alguma vez haviam aparecido sem que se tenha perdido contudo, o lado angelical e a capacidade que a música dos Beach House tem para nos fazer sonhar.
“Lemon Glow”, “Drunk in LA”, “Dive” e “Black Car” são mais 4 temas exemplo de um total de 11, nivelados por elevada bitola.
Já passaram diversas vezes em Portugal, têm culto e regressam a 25 e 26 de setembro (Lisboa e Porto).
A não perder!