Mel de cicuta
Ventanias…
5 de novembro de 2018
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A tempestade Leslie veio para ficar mais uns dias.
Depois de dois vereadores do executivo da CDU em quatro terem sido substituídos, de forma surpreendente, para alguns, o epicentro está novamente em André Ventura. Polémico, como se diz nas redes sociais com muitos «haters», André Ventura liderou um movimento de destituição de Rui Rio dentro do PSD. Não teve muitos apoios, até o PSD de Loures se demarcou da posição do «militante» André Ventura, separando política Nacional de política Local.
André disse «Chega» e PIM! Vai lançar um novo partido.
Um partido encostado à direita, que alguns chamam de extrema direita, com vários temas bandeira que, curiosamente ou não, surgem por oposição a muito do que o Bloco de Esquerda defendeu durante os anos da sua afirmação política. Surge para levantar novas, ou velhas discussões na opinião pública. E, neste momento, em que tudo parece extremado na discussão política, já está a ter palco. Resta saber se o artista é um bom artista. As eleições o dirão. É já para o ano.
João Calado, por sua vez, Professor do ISEL passa a vereador em substituição de Ventura assumindo as suas funções junto dos seus colegas de bancada.
Para os lados da CDU as coisas também já correram melhor, a CGTP, central sindical que não precisa de apresentação nem de cartão de visita político, convocou uma greve através do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviço de Portugal. Até aqui nada de novo. Mas esta greve foi convocada e desconvocada em Loures, mais exatamente na Gesloures, empresa municipal que gere as piscinas do nosso concelho.
Na véspera da greve, o Conselho de Administração da Gesloures, liderado por Paulo Piteira, Vice Presidente da Câmara Municipal de Loures, emitiu um comunicado com o título “Pagamento das Progressões e Promoções na Carreira” onde cede às reivindicações dos seus funcionários, pagando o que lhe era exigido e já tendo pago as horas extra anteriormente. É certo que a decisão ficou presa num parecer jurídico negativo da CCDR até à chegada de uma recomendação da Provedoria mas, no mínimo, parece ter sido um processo mal conduzido pois a questão já tem meses. Ou os responsáveis de Loures não souberam explicar à CGTP o que estava em causa ou a CGTP não quis saber das explicações dadas pelos responsáveis de Loures.
Resultado, os colaboradores da Gesloures viram as suas reivindicações satisfeitas a dois tempos, pagamento de horas extra e reposta com retroativos às promoções e progressões de carreira.
Por outro lado, Rui Ferreira, Diretor Geral da Gesloures saiu de funções.
O PS em parte sorri, pelas agitações dos outros, mas o cenário de eleições antecipadas, parece menos provável para já, pois, para tal, PS e PSD teriam de estar unidos contra a CDU nesse propósito e, neste momento, o PSD tendo perdido André Ventura não deve querer ir a votos antes de tempo, digo eu… mas como todos vimos, tudo muda num segundo.
PS: Este artigo é estupidamente escrito com o novo acordo ortográfico.