Editorial
NARRATIVAS
5 de abril de 2020
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Que confusão que faz pensar no “mês da liberdade” sem “poder” saír.
Estamos “fechados em casa”, de “quarentena”, “fartos” das crianças e aborrecidos.
Ainda o que vale é que podemos dar umas voltas, apanhar ar e ir às compras.
Ainda bem que temos recursos e liberdade, tecnologia e entretenimento para ficar em casa.
Estamos a salvo da pandemia, com saúde a desfrutar da família e a descansar.
Se precisarmos, podemos recorrer a serviços e estabelecimentos sem nos afastarmos muito.
É, como tudo, uma questão de perspetiva. A narrativa que contamos a nós e às nossas famílias para esta fase pode determinar como vivemos estes dias. Podem ser uma seca, podem ser agradáveis e podem ser oportunidades para novas atividades e, quem sabe, dar início a novas tradições de família, como uma noite de jogos de tabuleiro, ou uma receita gulosa.
O “vai ficar tudo bem” já soa a cliché e o número de mortos por dia já quase não surpreende tal é o excesso de informação.
Eu resolvi fingir que sou uma Diva, e não posso sair porque os paparazzi estão lá fora à minha espera.
Fique bem, qualquer que seja a sua versão.