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Opinião
Cristina Fialho – Chefe de redação
Cristina Fialho
Chefe de redação

Editorial

Cultura importada

5 de novembro de 2018
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Adotámos o Halloween, definitivamente.

Aquilo que era uma festa pagã celta (all hallows eve), viaja com a colonização, é embrulhada em papel de rebuçados e volta com iva a 23% e máscaras assustadoras.

Já o Facebook está cheio de bebés vestidos de abóbora, monstros, bruxas, etc.

Pergunto-me se os pais andam com as crianças a tocar às campainhas a pedir doces pela noite fora.

Importamos o “movember” (moustache + november) que desde há uns anos que é só bigodes mal aparados em gerações X e Y que tiram selfies ao espelho por uma causa que não serve mais que o seu próprio ego.

Não me incomoda, gosto do que vem de fora, do turista, da pizza, da cosmética e da literatura.

Tenho é muito medo que se importem as políticas atuais.

As tendências “Bolsonaricas”, as ideias xenófobas, um déjà-vu da subversão das minorias.

 Lembra-me o Eça n’Os Maias:

 “Aqui importa-se tudo. Leis, ideias, filosofias, teorias, assuntos, estéticas, ciências, estilos, indústrias, modas, maneiras, pilhérias, tudo nos vem em caixotes pelo paquete. A civilização custa-nos caríssima, com os direitos de alfândega: e é tudo em segunda mão, não foi feita para nós, fica-nos curta nas mangas...”

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