Das Notícias e do Direito
Ano Novo, Vida Nova?
6 de janeiro de 2020
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Inicia-se um novo ano, 2020 e com este início fazem-se promessas, listam-se intenções e programam-se novos começos ou recomeços… Do fazer dieta a deixar de fumar, a mudanças de estilo de vida, a avançar com divórcios, mudar de profissão… enfim, um sem fim de alterações e determinações.
Da nossa parte desejamos, também, um grande número de mudanças. Da diminuição das custas judiciais à diminuição da pendência nos tribunais, da redução dos atrasos à substituição da morosidade pela celeridade, são apenas uma pequena parte destes anseios das Janeiras.
Mas também gostávamos que o cidadão implementasse algumas mudanças. A saber, procurar um advogado em vez de debitar os lautos conhecimentos jurídicos aprendidos no café mais próximo ou transmitidos pelo amigo que absorveu conhecimentos na universidade da vida! Procurar saber o que diz a lei e a regulamentação aplicável antes de se dedicar a escrever cartas, a despedir a empregada, a deixar de pagar a renda, etc.
Informar-se primeiro e agir depois, sem se inspirar no filme que viu e que retratando realidade de outro país permite, por exemplo deixar de pagar a renda caso o Senhorio não faça obras. É que por cá, dá direito a despejo! Ou, deixar de pagar o condomínio porque não fala com o vizinho do 7º esquerdo, que é o actual administrador…
Podemos sempre invocar a sabedoria popular e recordar que quem mete a foice em seara alheia… e, ainda, que o barato sai caro. Tudo isto para dizer que no dealbar de um novo ano e em plena sociedade de informação, só não age bem quem não quer, ou não procura informar-se. Não tanto pelo acesso rápido e ineficiente a qualquer base de dados, mas a quem sabe da poda, perdoe-se-nos a coloquialidade.
E, bem assim, procurar o profissional respectivo e diminuir a procuradoria ilícita ou, pelo menos, não contribuir para o seu aumento. Pois se não vamos ser operados pelo canalizador, mas sim pelo cirurgião, não deve ser ao contabilista que se pede o contrato de trabalho ou a minuta da carta de resolução. Cuide-se. Procure o profissional adequado para a questão que quer ver resolvida. Não se tente pelas experiências alheias ou pela solução fácil que lhe é oferecida na TV.
Junte às suas pretensões para o Novo Ano, o consultar os profissionais adequados. Agir sob informação em vez de impulso, com certeza em vez de convicção alheia. Nós desejamos um novo ano com mais respeito, com mais ética, transparência e sensatez. Será possível? Acreditamos que sim. Informe-se. Não se precipite. Não seja permeável a influências. Consulte um profissional. Deixamos mais um conselho.
Registe informações, datas e dados concernentes ao problema, assunto que o preocupa ou aborrece. Sempre ajuda quando decidir agir. Entretanto, Bom Ano Novo e aproveite os Reis.
Alexandra Bordalo Gonçalves
Advogada
Rui Rego
Advogado